A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) estima que as tarifas de ônibus no país podem ser reajustadas em 15,4% neste ano.
Pelas estimativas da entidade divulgadas ontem, apenas em 2022, o diesel já subiu 47%. Para que as empresas de ônibus não operem no prejuízo, seria necessário um reajuste de 15,4% na tarifa. No acumulado em 12 meses, o combustível sofreu reajustes em um total de 80,9%. Esse aumento implicaria uma elevação na passagem de 26,5% entre junho de 2021 e maio deste ano.
Na segunda-feira, a Petrobras anunciou mais um reajuste no diesel vendido nas refinarias às distribuidoras, de R$ 0,40 no litro do combustível. O aumento equivale a uma alta de 8,87%, para R$ 4,91, valor que passou a vigorar desde ontem.
De acordo com a NTU, esse reajuste impacta em 2,9% nas tarifas públicas dos ônibus urbanos de todo o país, e as empresas devem recorrer aos prefeitos e governadores para evitar paralisações. "O combustível é o segundo maior custo do setor de transporte coletivo urbano por ônibus, segundo a NTU, respondendo por 32,8% no custo total do setor, ficando atrás somente do custo de mão de obra, que é de 50% em média", destacou a nota da entidade. A entidade alertou para uma situação preocupante. "A grande maioria dos operadores não têm fôlego financeiro para enfrentar mais esse reajuste e terão que suspender o serviço fora dos horários de pico", informou.
A NTU possui mais de 400 operadoras associadas em todo o país que atendem 43 milhões de brasileiros diariamente. A associação propõe uma ajuda do setor público para arcar com a diferenças de custos das operadoras, além da desoneração de tributos que incidem sobre os insumos utilizados pelo transporte público.
Outra proposta é usar o lucro recorde da Petrobras, de R$ 106,6 bilhões, para compensar o impacto da alta do diesel.