Marcada por forte volatilidade nos mercados, a primeira semana de maio terminou com alta de 2,68% do dólar e queda de 2,54% do índice Bovespa, principal indicador dos negócios na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). O comportamento do mercado, segundo analistas, reflete a piora do clima institucional no país e, sobretudo, a elevação dos juros nos Estados Unidos.
A alta dos juros norte-americanos tem provocado um forte movimento de saída de recursos do mercado brasileiro em direção aos EUA, o que enfraquece o real e gera um movimento de ações que resulta na baixa da Bolsa.
Dados divulgados ontem mostram que, em apenas seis dias, investidores estrangeiros retiraram R$ 5,67 bilhões da B3. O volume equivale a mais da metade das retiradas líquidas feitas em abril, que chegaram a R$ 7,6 bilhões. Apenas na quarta-feira, dia em que o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) anunciou nova elevação dos juros, a saída de recursos da B3 foi de R$ 2,309 bilhões.
Ontem, o dólar comercial subiu 1,17%, fechando a R$ 5,07, e o Ibovespa terminou o dia em queda de 0,16%, aos 105.135 pontos.
Segundo o economista do Insper Otto Nogomi, a elevação da taxa de juros americana atrai o investidor mais conservador para os EUA, em busca de porto mais seguro para seus recursos, o que provoca a desvalorização do real. Além disso, a discussão eleitoral, com o Executivo querendo intervir no processo de apuração das eleições envolvendo o Exército, cria um clima de insegurança muito grande no Brasil.