Foi aprovado pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) uma greve da categoria e um pedido de renúncia do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. O anúncio foi feito nesta semana, mas a data para o início das paralisações ainda não foi definida.
A decisão pela paralisação foi aprovada em assembleia extraordinária realizada na segunda-feira (2/5) e na terça-feira (3) pela ADPF, após insatisfação da categoria, que tinha a promessa de reajuste salarial acima da atual proposta de 5% — feita de forma linear a todos os servidores — e reestruturação de carreiras.
Os delegados de Polícia Federal estão organizando um calendário para as paralisações parciais e progressivas. “Entre os pontos aprovados pelos delegados de Polícia Federal está a realização de paralisações parciais e progressivas, cujo calendário será definido em conjunto com as demais categorias da Polícia Federal”, informa nota divulgada pela ADPF. “Ficou decidido pela categoria que os associados poderão entregar cargos de chefia e recusar convites para assumir novos postos.”
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Já no caso do pedido de renúncia de Anderson Torres, que é delegado da PF, os colegas de instituição alegaram “desprestígio e desrespeitoso tratamento dado pelo presidente da República à Polícia Federal e ao próprio ministro”, destacou a nota pública.
“É vergonhoso, sobretudo em um governo que se dizia pautar pela segurança pública, o atual estágio a que estão submetidos os policiais, com significativas perdas como desamparo à família do policial morto em serviço”, criticou a ADPF.
Outras sinalizações
O descontentamento das forças policiais (PF, PRF e Depen) está em linha com a promessa de reajuste com base na reserva de R$ 1,7 bilhão no Orçamento de 2023. Para tanto, o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapfe), Marcus Firme, convocou uma assembleia geral nesta sexta–feira (6/5), a partir das 15h, com presidentes dos 27 sindicatos para deliberar sobre próximos passos do movimento pela reestruturação Conselho de Representantes e Diretoria Executiva.
Em 29 de abril, o Correio publicou o descontentamento dos agentes de segurança, conforme a nota publicada no mesmo dia pela Fenapfe. “Em diferentes governos, a Polícia Federal conquistou avanços institucionais importantes. O atual governo, no entanto, se posiciona como exceção, fragilizando a instituição”, informou. A associação considerou que um possível cancelamento da reestruturação para a categoria era “grave e inadmissível”.
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