Em fevereiro, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) — considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) — teve alta de 0,34% em relação ao mês anterior. Já em comparação com o mesmo período de 2021, o indicador avançou 0,66%. O resultado no mês ficou abaixo da estimativa do mercado, que era de 0,50%.
No acumulado de 12 meses, o crescimento da atividade econômica foi de 4,82%. O economista da Terra Investimentos Homero Azevedo Guizzo explicou que, no ano, o avanço foi de 0,44% sobre o primeiro bimestre de 2021. "Em fevereiro, o IBC-Br praticamente 'fechou' o gap em relação ao nível pré-covid", esclareceu. "O bom desempenho da produção industrial e, principalmente, do setor de serviços em fevereiro explicam o crescimento na margem."
Para o restante do ano, porém, Guizzo não acredita em um desempenho forte do IBC-Br, "por conta do aperto da política monetária e do efeito recessivo da aceleração recente da inflação". "O número reforça nossa projeção de um crescimento razoável do PIB no 1º trimestre do ano. Nossa projeção é de avanço de 0,2% em relação ao 4º trimestre do ano passado", completou.
Já o economista da FAE Business Fábio Tadeu Araújo disse que, neste ano, provavelmente, teremos um crescimento final do PIB abaixo de 1,5%. "Talvez seja menos de 1%", afirmou. Segundo ele, as notícias do lado da atividade econômica são reflexo claramente da política de aumento da taxa de juros.
O Banco Central está atrasado com a divulgação do IBC-Br, que deveria ter sido publicado em abril, devido à greve dos servidores do BC, que reivindicam 27% de aumento salarial. (FS)