Com o anúncio de um novo reajuste no preço do diesel em 24%, confirmado pela Petrobras, as expectativas das empresas de transporte público só pioram. Para o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o aumento no preço dos combustíveis pode gerar uma queda na circulação dos veículos.
"Se não forem definidas fontes para cobrir esses custos adicionais, as operadoras serão obrigadas a racionar o combustível e oferecer apenas viagens nos horários de pico, pela manhã e à tarde. No resto do tempo, os ônibus terão que ficar parados nas garagens”, alerta.
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De acordo com a NTU, o diesel é o segundo item de custo que mais pesa no valor da tarifa dos ônibus, atrás apenas da mão de obra, com uma participação média de 30,2% no custo geral das operadoras do transporte público.
“Os aumentos registrados de janeiro para cá, da ordem de 35% nas refinarias, já representam um aumento nos custos do transporte público por ônibus em 10,6% só este ano. Esse impacto ainda não foi compensado por aumentos de tarifa ou subsídios por parte das prefeituras, que contratam os serviços de transporte público”, explica o presidente da NTU.
Para Christovam, a solução seria adotar mecanismos para a estabilização dos preços dos combustíveis, que vão da reformulação da estrutura tributária incidente sobre o diesel à adoção de políticas de preços especiais para setores essenciais como o de transporte público.
“O consumo de diesel do transporte público por ônibus nas cidades e regiões metropolitanas é de apenas 5% a 6% do total do consumo nacional; ter uma política diferenciada para esse segmento não impactaria significativamente a política de preços dos combustíveis”, completa.
Nova política de preços
O atual presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, disse após tomar posse no mês passado, que não vai interferir na política de preços que já era adotada pela empresa, que acompanha as cotações internacionais do petróleo.
Segundo ele, o valor de mercado é condição necessária para criação de um ambiente de negócios competitivos, atração de investimentos e novos agentes econômicos no setor, além de garantir o abastecimento do mercado interno.
No entanto, o presidente da NTU analisa que, diante da situação de guerra na Ucrânia, essa política torna-se insustentável. “O novo presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, já afirmou que vai manter a política de praticar preços de mercado para os combustíveis. Mas há uma guerra lá fora (entre Rússia e Ucrânia), ficamos numa situação muito difícil, insustentável”, afirma.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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