Após forte alta na segunda-feira, o dólar fechou, ontem, em queda de 2,15%, cotado a R$ 4,96. Segundo especialistas, o enfraquecimento da moeda norte-americana foi ajudado pela venda de US$ 1 bilhão em contratos extras de swap cambial pelo Banco Central (BC), operação que abriu espaço para um movimento de ajuste de posições e realização de lucros pelos investidores.
O mercado está esperando a definição, hoje, das taxas básicas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), e pelo Banco Central brasileiro, o que tem gerado muita volatilidade.
"Nos EUA, o ciclo de alta está começando e existem muitas perspectivas paralelas no mercado. Houve uma queda acentuada do dólar e, internamente, o real foi impulsionado com a negociação de 20 mil contratos de swap", explicou o consultor financeiro Vinícius do Carmo. O swap cambial é um contrato que protege investimentos de flutuações cambiais. "O leilão do BC oferece um reforço interno em um processo de apreciação frente ao dólar que casa com a tendência internacional", acrescentou o economista.
Expectativas
O analista da Top Gain Sidney Lima observou que, nas bolsas de valores, os principais mercados têm reagido a expectativas negativas para o desempenho econômico no mundo todo.
"É o que tem acontecido na China quanto à covid-19", exemplificou. "O mercado se assustou na segunda, com alguns novos desdobramentos de intensificação de bloqueios que podem acabar impactando a segunda maior potência econômica do mundo", disse.
Entretanto, "diferentemente de segunda-feira, o mercado já amanheceu ontem um pouco mais aliviado, dando continuidade a um movimento de alta já sinalizado na véspera nas bolsas norte- americanas", acrescentou Lima.
Segundo ele, ontem, prevaleceu entre os investidores o sentimento de que a subida da taxa de juros dos EUA virá dentro da expectativa, "o que acaba trazendo um certo alívio, mesmo que temporário à bolsa de valores".
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), teve um dia de oscilações, e terminou a sessão próximo da estabilidade, com queda de 0,10%, aos 106.528 pontos.
De acordo com Lima, ainda é necessário uma recuperação importante. "Principalmente por parte dos bancos, que representam mais de 20% do nosso índice Ibovespa, dando assim um certo fôlego mediante as incertezas de mercado."
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