A produção industrial brasileira cresceu 0,3% em março, na comparação com fevereiro, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (3/5). Contudo, a variação não foi suficiente para reverter a queda de março do ano passado, de 2,1%.
No primeiro trimestre de 2022, houve crescimento modesto de 0,28%. No acumulado do ano, frente ao mesmo indicador de 2021, a indústria recuou 4,5%. O acumulado nos últimos 12 meses chegou a 1,8% em março e vem reduzindo sua intensidade de crescimento desde agosto de 2021 (7,2%).
De acordo com André Perfeito, economista da Necton Consultoria, o cenário reflete os resultados das medidas de choque adotadas para estimular a produção industrial nacional.
"De modo geral os dados continuam ruins na esteira do nível de renda baixo e reforçam nosso cenário de PIB de 0,3% no acumulado de 2022. A elevação da Selic irá segurar a atividade, não há dúvida, mas cabe notar que o governo tem feito uma série grande de transferências, e isso pode criar certo colchão na atividade. Mas por ora não é possível mensurar de maneira precisa", avalia.
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Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), os índices mostram a perda de força da produção industrial brasileira. "O acumulado dos últimos 12 meses vem reduzindo sua intensidade de crescimento desde agosto de 2021 (7,2%), atingindo 1,8% em março", disse, por meio de nota.
"Importante pontuar ainda que a crise sanitária e o conflito no leste europeu exacerbaram os problemas estruturais enfrentados há anos pela indústria em sua cadeia produtiva. Os gargalos da cadeia de insumos mostraram a necessidade de diversificar fornecedores e fortalecer indústrias estratégicas, trazendo a urgência de políticas de longo prazo para o setor", seguiu a nota.
Setores
A pesquisa mostra que houve altas em três das quatro grandes categorias econômicas e em 14 dos 26 ramos pesquisados. Entre as atividades em alta estão veículos automotores, reboques e carrocerias (6,9%), outros produtos químicos (7,8%), bebidas (6,4%) e máquinas e equipamentos (4,9%). Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (7,9%), de couro, artigos para viagem e calçados (8,9%) e indústrias extrativas (0,9%) também tiveram bons resultados.
Por outro lado, entre as 12 atividades em queda, estão produtos alimentícios (-1,7%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-8,4%). Vale destacar também os recuos assinalados pelos ramos de produtos de metal (-3,6%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,9%).
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