Falso investimento

Golpe de pirâmide financeira condena empresário a 58 anos de prisão

As investigações do MP concluíram que 29 crimes de estelionato foram consumados e houve uma tentativa de golpe que utilizava operações na bolsa de valores

Um empresário da cidade histórica de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, recebeu sentença do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) de 58 anos e seis meses de prisão, em regime fechado, por ter cometido 30 vezes o crime de estelionato.

O tempo de prisão é devido à soma das penas de reclusão que Jorge Egito vai ter que cumprir pelos crimes praticados entre julho de 2019 e março de 2021 em que o condenado fazia operações de compra e venda de ações na bolsa de valores e montava um esquema de pirâmide financeira.

O inquérito foi aberto em março do ano passado na Delegacia de Polícia Civil de Mariana, após as primeiras denúncias. Nesse período, Jorge Egito fugiu para Portugal, mas a Polícia de Segurança Pública (PSP), na cidade do Porto, identificou e prendeu o acusado, que respondeu ao processo preso, após ser extraditado para o Brasil.

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O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) também ofereceu denúncia afirmando que 30 vítimas foram identificadas, entre elas o ex-prefeito de Mariana, Duarte Eustáquio Gonçalves.

As investigações concluíram que 29 crimes de estelionato foram consumados e houve uma tentativa de golpe financeiro.

De acordo com a sentença proferida nessa segunda-feira (25/4), ao ser interrogado, Egito confessou os fatos narrados nas denúncias e afirmou que agiu de má-fé, “pois induziu ao erro os seus clientes. Além disso, declarou que não prometeu às vítimas o retorno dos investimentos, mas garantiu a devolução dos valores originalmente aplicados”.

A sentença relata que as vítimas afirmaram que Jorge Egito se apresentava como um investidor bem sucedido e, a partir dessa falsa imagem, criou mecanismos para atrair novas vítimas simulando altos rendimentos em um curto espaço de tempo.

Para isso, o falso investidor apresentava dados do aplicativo Valor Real, que mostrava que os investimentos feitos por ele proporcionavam rendimentos satisfatórios, induzindo as pessoas a caírem no golpe.

Extima-se que o golpe com operações de Day Trade deu um prejuízo total em cerca de R$ 15 milhões às vítimas. A decisão judicial negou ao sentenciado o direito de recorrer em liberdade.

Processo aberto é arquivado

No início das investigações feitas pela Delegacia de Polícia Civil de Mariana, a reportagem entrevistou o acusado. Ele disse que estava sofrendo perseguição política por meio do ex-prefeito, Duarte Eustáquio Gonçalves e, por isso, fez uma denúncia crime no Ministério Público de Minas Gerais.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais inocentou o ex-prefeito e arquivou o processo a pedido do Ministério Público em virtude da inexistência de comprovação das acusações de lavagem de dinheiro. A certidão de transitado em julgado foi emitida em 25 de fevereiro de 2022.

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