AGENDA INTERNACIONAL

Guedes diz que Brasil foi tratado 'de forma diferente' no FMI

Em entrevista a jornalistas, ministro da Economia, Paulo Guedes, afirma que, desde o início do governo Bolsonaro, o país nunca foi tão bem recebido como no atual encontro anual do FMI e do Banco Mundial, em Washington

Grande crítico do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de suas projeções que costumam ser mais pessimistas do que as do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, comemorou a melhora das estimativas do organismo multilateral para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Ele ainda disse que o Brasil está sendo tratado "de forma diferente" no encontro anual de primavera (no Hemisfério Norte) do Fundo e do Banco Mundial, que ocorre nesta semana na capital dos Estados Unidos.

O chefe da equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que, "que desde o início de governo, quando assumiu o ministério, o Brasil não foi tão bem percebido no mundo como agora", na atual reunião do FMI e do Banco Mundial. 

“O Brasil está sendo tratado de forma diferente, e muito melhor, nesses fóruns”, disse Guedes, conforme nota divulgada pelo Ministério da Economia, na noite desta quinta-feira (21/4), foram dadas em entrevista coletiva concedida pelo ministro na Embaixada do Brasil em Washington.

Segundo o comunicado, o ministro destacou aos jornalistas que o Brasil está fortalecendo cada vez mais a capacidade de atração de investidores de todo o mundo, refletindo o cenário de reformas estruturais e aprimoramento do cenário produtivo executado desde o início de 2019 pelo atual governo. Conforme a nota, ele reforçou ainda "que o país conta com US$ 200 bilhões de projetos contratados para os próximos anos, considerando compromissos já assinados e asseguram  o ritmo de crescimento futuro do país".

“O Brasil está atraindo muitos investimentos de longo prazo”, disse o ministro. O informe ainda disse que o ministro afirmou que a apreciação cambial de 15% do real neste ano "comprova que houve dramática e positiva reavaliação internacional sobre o Brasil".

Na última terça-feira (19/4), o FMI divulgou as novas previsões para a economia global e elevou de 0,3% para 0,8% a estimativa de alta do PIB brasileiro neste ano, mas reduziu de 1,6% para 1,4% a estimativa de crescimento em 2023. Apesar da melhora, o Brasil ainda continua registrando taxas de crescimento menores do que a média globa, de 3,6% e da América Latina, de 2,5%.

Guedes voltou a afirmar que o Brasil "vem surpreendendo o mundo" de forma positiva e que ocupa posição estratégica no panorama global atual, com a intensificação das instabilidades econômicas mundiais devido à guerra na Ucrânia. "No atual contexto global, o país se firma como player-chave em segurança alimentar e energética, além de ser um destino seguro para os investidores, indicou o ministro", de acordo com o comunicado.

A nota ainda destacou que Guedes disse que o governo tem se esforçado para ampliar a inserção do país na economia mundial e, dentro desse contexto, o ministro "destacou a importância do avanço no processo de acessão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)". Segundo o comunicado, ele lembrou também o interesse retomada das negociações referentes ao acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, que estavam paralisadas há 20 anos.

"O ministro também enfatizou a importância de haver progressos no processo de capitalização da Eletrobras, assegurando segurança energética para o país nos próximos anos, além de fortalecer a agenda de privatizações e concessões perante os investidores", completou a nota.

As reuniões ministeriais de primavera do FMI e Banco Mundial (estão sendo realizadas entre 18 a 24 de abril de 2022. Mais cedo, o ministro esteve reunido com o ministro de Finanças do Reino Unido, Rishi Sunak e participou de encontros com investidores internacionais e com o presidente da Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP26), Alok Sharma.

Acompanham o ministro da Economia na agenda nos Estados Unidos o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Roberto Fendt; o secretário de Assuntos Econômicos Internacionais, Erivaldo Alfredo Gomes; e o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz.

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