Pressionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) a aumentar os gastos públicos em ano eleitoral, o ministro da Economia, Paulo Guedes, iniciou, ontem, uma série de compromissos em Washington, nos Estados Unidos, para vender a ideia de que o Brasil é um "porto seguro" para receber investimentos.
Guedes participará das reuniões de ministros de finanças no G20, no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial até o próximo sábado. Além disso, ele deve conciliar a agenda para se encontrar com investidores privados, banqueiros e empresários. "O Brasil vai estar lá se posicionando como uma solução. O ministro tem dito claramente nas últimas oportunidades que o Brasil é um porto seguro. Fizemos o dever de casa com as reformas domésticas e isso nos torna mais resilientes ao ambiente mais adverso e turbulento", disse um técnico da equipe econômica.
No G20, os riscos para a economia global serão o principal tema de discussão entre os ministros. Os efeitos econômicos da guerra da Ucrânia e da pandemia da covid-19, com a interrupção das cadeias globais, estarão em debate.
Os representantes das maiores economias também discutirão a segurança energética e alimentar dos países, a crise de dívida e a falta de recursos das nações para identificação, enfrentamento e tratamento de potenciais futuras pandemias.
A criação de um fundo para apoiar países em situação de vulnerabilidade estará em debate no FMI. Os países membros fizeram um aporte adicional de recursos recentemente e como usar esse dinheiro para ajudar as nações mais pobres estará em discussão.
As finanças sustentáveis também serão debatidas no FMI. Guedes aproveitará para apresentar os programas lançados pelo Brasil para alavancar o crescimento sustentável. O ministro quer mudar a percepção dos estrangeiros em relação ao compromisso do país com a preservação ambiental.
O processo de digitalização dos países será o debate central do Banco Mundial e Guedes apresentará os avanços do Brasil na área. O ministro e os integrantes da comitiva também devem se posicionar reservadamente pela manutenção da Rússia como membro do G20, do FMI e do Banco Mundial. "Vamos aproveitar as reuniões em todos os fóruns para levar a mensagem de que romper os canais de comunicação não é a melhor estratégia para buscar soluções para os problemas", disse outro técnico da equipe econômica.