Apesar da péssima imagem entre os países desenvolvidos devido aos sucessivos recordes de desmatamento da Amazônia, o Brasil ainda é visto como um mercado atraente para a energia verde. Um dos potenciais são as fontes renováveis que, de acordo com fontes do governo, há empresas européias interessadas em fazer aportar recursos no Nordeste na geração eólica. A Alemanha é um dos países mais interessados em investir em um grande parque na costa brasileira e transformar os dividendos disso em créditos de carbono.
Já o Banco Europeu de Investimento (EIB, sigla em inglês) está de olho em oportunidades na América Latina e, no Brasil, principalmente na área energética. Uma dos setores mais promissores é o de desenvolvimento do hidrogênio verde, conforme explicou o vice-presidente da instituição, Ricardo Mourinho Félix.
"Estamos muito interessados em financiar projetos nessa área", afirma. No mês passado, em visita ao Brasil, Félix participou do evento de assinatura de acordo com a Neoenergia para a liberação de um financiamento de 200 milhões de euros para a construção de dois projetos de energia eólica terrestre e um de geração solar no Nordeste.
"A expectativa do banco é financiar 50% dos projetos para que, obviamente, a empresa possa buscar outros investidores com interesse. Para Europa, a América Latina é, obviamente, uma dessas formas de diversificação. Se projetos, por exemplo, no desenvolvimento do hidrogênio forem bem sucedidos, o Brasil tem condições fantásticas para produzir. E se conseguir fazer com escala, o país pode ser um grande fornecedor da Europa", afirma.
Segundo Mourinho Félix, tudo vai depender de o país ter boas condições para produzir energias renováveis. "Tendo condições e viabilidade financeira, o EIB terá muito interesse em financiar", frisa. (RH)