A realização do concurso para o Censo 2022, no último domingo, é um sinal de volta à normalidade para as seleções públicas, após dois anos de pandemia. A prova foi aplicada no Brasil inteiro e estava prevista inicialmente para 2020, mas só pôde ser realizada após o arrefecimento do número de casos de covid-19.
"A sensação que a gente teve nesse domingo é de que a vida voltou ao normal", disse ao Correio o diretor da FGV Conhecimento, Sidnei Gonzalez. A Fundação realizou o concurso para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo Censo. "Evidentemente é um concurso que envolve uma infraestrutura muito grande de logística. Têm municípios aos quais se leva dois, três dias de barco para chegar."
Mais de 600 mil candidatos fizeram as provas em praticamente todos os municípios do Brasil. Ao todo, são 206 mil vagas temporárias para os cargos de agente censitário e recenseador. O Censo é realizado pelo IBGE a cada 10 anos. O último ocorreu em 2010, mas o próximo ocorrerá apenas neste ano devido à pandemia.
"O Censo é fundamental. Não há nada feito em grande escala no país que não passe por ele", afirma Sidnei. Para o diretor, a realização do concurso indica um cenário promissor para as próximas provas.
"Acho que não tem mais espaço para suspender concursos nem para fazer esquemas especiais para as provas. As pessoas já estão trabalhando normalmente, fazendo exames em sala de aula. Pelo menos no sentido dos concursos, acredito que a pandemia passou", ponderou.