Troca no comando da Petrobras

O Conselho de Administração da Petrobras realiza, na tarde de hoje, a Assembleia Geral Ordinária (AGO), com uma longa lista de assuntos, entre eles, a aprovação do novo Conselho de Administração e a eleição do novo presidente da companhia.

Ontem, o Comitê de Pessoas da estatal recomendou a aprovação do nome do químico José Mauro Ferreira Coelho para o Conselho de Administração. Segundo o comitê, o executivo preenche os requisitos para o cargo. Como membro do conselho, Coelho poderá, sem seguida, ser eleito presidente da companhia. A União tem a maioria (oito) dos 11 membros do conselho.

No fim de março, Bolsonaro decidiu trocar o comando da Petrobras, após novamente criticar a política de paridade de preços internacionais da estatal, a PPI. Foi a segunda troca desde o início do mandato. Os combustíveis são os principais vilões da inflação e o general Joaquim Silva e Luna, escolhido por Bolsonaro para substituir Roberto Castello Branco — indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes —, não conseguiu evitar a disparada dos preços dos combustíveis, em meio à guerra da Ucrânia. No início de março, a empresa anunciou um mega reajuste nas refinarias, de 24,9%, no diesel, e de 18,7%, na gasolina.

Descontente, o chefe do Executivo indicou para a presidência da empresa o economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Para a presidência do Conselho, escolheu o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim. Ambos, porém, foram descartados após serem alvo de suspeitas de conflitos de interesses apontadas pelos órgãos de governança da estatal.

Diante da renúncia dupla, o Ministério de Minas e Energia indicou Coelho, presidente do Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA), para o comando executivo da Petrobras e o engenheiro Márcio Weber, que já integra o conselho, para a presidência do colegiado.

Para especialistas, não haverá surpresas na assembleia, especialmente, porque o comitê já aprovou os nomes e Coelho já deu declarações de que é favorável à manutenção da PPI. "A assembleia será bem tranquila e a PPI deverá continuar como está", afirmou José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos.