O Comitê de Pessoas da Petrobras, que também atua como Comitê de Elegibilidade (Cope/Celeg), recomendou a aprovação do nome do químico José Mauro Ferreira Coelho para o Conselho de Administração da estatal, conforme comunicado divulgado, nesta terça-feira (12/4), pela estatal. Com isso, essa medida abre espaço para que ele seja eleito como presidente da companhia na Assembleia Geral Ordinária (AGO), marcada para amanhã.
A recomendação de Coelho foi feita na noite de segunda-feira (11), em reunião extraordinária do Comitê. Na semana passada, o governo escolheu novos nomes para o comando da estatal, após a confusão em torno dos indicados no fim de março e que renunciaram logo em seguida devido a conflitos de interesses apontados pelo mesmo Comitê.
No último dia 28, o governo tinha anunciado a troca do general Joaquim Silva e Luna pelo economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), após várias críticas do presidente Jair Bolsonaro à política de paridade de preços internacionais da Petrobras, a PPI.
Em 11 de março, a estatal, depois de 57 dias de congelamento de preços, realizou um reajuste nas refinarias de 18,7% na gasolina e de 24,9% no diesel. Foi a gota d’água para a cabeça do general rolar e Bolsonaro procurar um substituto para Silva e Luna.
Além de escolher Pires para o cargo, Bolsonaro indicou Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, para o Conselho da Petrobras. Ambos renunciaram ao cargo poucos dias após a indicação, uma vez que, além dos conflitos de interesses apontados pelo Comitê, eles são amigos do empresário baiano Carlos Suarez, dono da OAS, uma das empreiteiras envolvidas no escândalo do Petrolão.
Coelho, presidente do Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA), foi indicado, na semana passada, pelo governo, para a presidência da Petrobras no lugar de Pires.
Ao recomendar o nome de Coelho para o Conselho de Administração da companhia, o Comitê de Pessoas informou que ele preenche os requisitos necessários para o cargo e informou que a indicação “está apta para ser apreciada” na AGO, apesar de o químico não ter experiência em cargos de gestão.
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O químico foi secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), que oficializou a indicação dele e do engenheiro Márcio Weber para a presidência do Conselho, do qual ele já faz parte. No documento do Comitê, publicado no site da Petrobras, o Comitê de Pessoas ainda recomendou que, assim que for aprovado para o cargo, Coelho deverá tomar as providências necessárias para cessar a percepção de remuneração compensatória referente ao período de impedimento legal de seis meses da quarentena, submetida após desligar-se do MME em outubro de 2021.
A expectativa de analistas é de que, com a posse de Coelho no comando da Petrobras, que poderá ocorrer logo após a aprovação na AGO, a atual política de preços da estatal não seja alterada, pois o químico já fez declarações favoráveis à manutenção da regra que vem ajudando na disparada dos combustíveis e, consequentemente, contribuindo para a inflação recorde de março.
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