A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) abriu o pregão desta terça-feira (5/4) sem rumo definido e com oscilações na primeira hora de pregão. O Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da B3, voltou a ficar abaixo de 121 mil pontos, registrando queda de quase 1%. Por volta das 12h, o Ibovespa registrava queda de 0,87%, a 120.226 pontos. Já o dólar voltava a subir e era cotado a R$ 4,67, com alta de 1,39%.
Após abrir em 121.279 pontos, o Ibovespa registrou mínima de 120.101 pontos e máxima 121.628 pontos, oscilando, principalmente, devido às incertezas no cenário internacional e às sinalizações de que os Estados Unidos devem subir os juros mais rapidamente.
As indefinições na sucessão da Petrobras ainda não têm afetado tanto o preço da ação da estatal, cujas preferenciais (sem direito a voto, mas com prioridade no recebimento dos dividendos) caíam 0,49%, cotadas a R$ 32,54, pouco antes das 12h, mas os ganhos vinham diminuindo. As ordinárias (com direito a voto), por sua vez, subiam 0,17%, cotadas a R$ 34,93.
Ontem, o economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), declinou o convite feito pelo governo para presidir a Petrobras, em meio às suspeitas de conflito de interesses por conta de clientes da consultoria da área de gás. Pires, defensor da política de paridade de preços da Petrobras, a PPI, foi indicado pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para substituir o general Joaquim Silva e Luna do comando da estatal após a companhia realizar um reajuste depois de mais de 50 dias de congelamento de preços.
Na véspera, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, que foi indicado para a presidência do Conselho de Administração da Petrobras, também desistiu da indicação, em meio às suspeitas de conflitos de interesses, além do fato de Landim também ser condenado em um processo do Tribunal de Contas da União (TCU).
De acordo com Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, os investidores devem esperar um pouco mais até a definição do novo nome para substituir Pires e, até lá, as ações da Petrobras não devem ter muita oscilação.
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Cenário externo
Por enquanto, o que vem influenciando a B3 é o cenário externo. Diante da perspectiva de novas sanções à Rússia na reunião desta terça-feira do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), com um quinto pacote de restrições da União Europeia (UE) contra Moscou. “Podemos fazer a leitura de que o conflito durando mais tempo força o preço das commodities em patamares elevados, além de incentivar estrangeiros a buscarem alternativas de fornecimento em mercados latino-americanos”, destacou Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, ao citar um fator favorável para a B3, que tem Vale e Petrobras como as duas maiores empresas que compõem o Ibovespa.
Por outro lado, Cruz lembrou que a queda de quase 1% da B3 ocorreu após a sinalização de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), de que vão acelerar o ritmo de alta dos juros.