O filho do economista Adriano Pires é sócio e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), o que traz um novo conflito de interesse para o indicado do presidente Jair Bolsonaro (PL) à presidência da Petrobras. A lei 13.303/2016, conhecida como Lei das Estatais, veda que executivos dessas empresas tenham parentes em empreendimentos concorrentes.
Pires é proprietário da empresa fundada em 2000 e, por isso, o Ministério Público do Tribunal de Contas da União (TCU) barrou a posse dele na presidência da maior estatal brasileira. O assunto é tratado no processo número 005.990/2022-0 do Tribunal de Contas, de relatoria do ministro Antonio Anastasia, e ainda não possui decisão, conforme informado pela assessoria do órgão na manhã desta segunda-feira (4/4).
O Cbie se apresenta como uma consultoria especializada em regulação e assuntos estratégicos em energia. Entre os nomes dos quadros da empresa consta Pedro Rodrigues Pires, filho de Adriano Pires, como sócio diretor. Assim, mesmo que Pires se afaste da empresa, ainda estaria pendente das atividades profissionais do filho, que também teria de se afastar do cargo.
Saiba Mais
Entenda
A questão familiar e empresarial de Adriano Pires não é a única a ser definida para a sucessão na presidência da estatal. O presidente do Clube de Regatas do Flamengo, Rodolfo Landim, comunicou sua decisão de recusar a indicação para o Conselho de Administração da estatal.
Landim integra a lista com outros 13 nomes indicados em março pelo governo Jair Bolsonaro, que inclui Pires, para a presidência da empresa.
Na sexta-feira (1º), o Ministério Público junto ao TCU ingressou com pedido para que Pires não assuma a presidência da Petrobras antes de uma investigação do governo e da estatal sobre eventual conflito de interesse. Enquanto isso, o MP pede que o Tribunal proíba Pires de assumir a petroleira.
Caso o consultor siga o mesmo caminho de Landim e recuse a indicação para o cargo, porém, o governo teria de enviar uma nova lista de indicados à Petrobras.