Há sete trimestres consecutivos o alto custo dos insumos é o principal problema do setor da construção civil. No entanto, vem crescendo a preocupação com a taxa de juros, fator que eleva os preços e dificulta a comercialização dos imóveis.
Segundo o estudo "Desempenho Econômico da Indústria da Construção — primeiro trimestre de 2022", divulgado ontem pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a falta ou o alto custo de matéria-prima foi o principal problema citado por 46,7% dos empresários, Mas a taxa de juros elevada tem sido um problema crescente e foi destacada por 26,7% dos entrevistados.
"A gente já convivia com problemas crônicos como a alta carga tributária e o aumento dos insumos, mas agora a elevação da taxa de juros também entrou no radar como um problema grande para o setor", afirmou o presidente da CBIC, José Carlos Martins.
Ieda Vasconcelos, economista da entidade apontou que a taxa média de juros neste semestre (27,9% ao ano) foi a mais elevada desde o segundo trimestre de 2017. "Em relação a março de 2021 (11,6%) a alta foi de 15,10 pontos percentuais. Este foi o problema que apresentou o maior incremento, na comparação do primeiro trimestre de 2022 com igual período do ano anterior", analisou.
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Variáveis
Apesar do aumento dos custos e dos preços dos imóveis, especialistas observam que a decisão de compra da casa própria não se baseia apenas a questões econômicas. "Há muitas variáveis a se levar em consideração na hora de tomar uma decisão dessas", disse Alberto Mattos de Souza, sócio do PMMF Advogados e especialista em direito imobiliário e em negócios estratégicos.
Segundo o advogado, deve-se ponderar o local de guarda, o aconchego e onde o indivíduo viverá com a sua família. "Por isso, na compra da casa própria questões subjetivas, como estar localizado perto de outros membros da família, uma estação de transporte público ou a necessidade de mais espaço diante da chegada de um filho, por exemplo, são muito relevantes e não devem ser negligenciadas."
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