Em meio a retomada da economia após a campanha de imunização, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada nesta terça-feira (12/4) — pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — apontou uma queda consecutiva para o setor de serviços neste ano: em 0,2% — o setor já havia registrado uma queda de 1,8% em janeiro. Com isso, o segmento acumula perda de 2% nos dois primeiros meses do ano.
“A queda sem dúvida não é uma boa notícia, mas em fevereiro a queda se focou em dois grupos, a saber: serviços de comunicação e outros serviços. No sentido contrário, de alta, destacam-se os serviços administrativos e profissionais além dos serviços de transporte”, disse o economista-chefe da Necton, André Perfeito.
“Os dados de fevereiro ainda vão incorporar a alta dos juros nos próximos meses, ou seja, tende a continuar relativamente fraco na margem. Mais um desafio à Autoridade Monetária que terá que conciliar crescimento baixo com juros em alta. Mantemos nossa projeção e PIB [Produto Interno Bruto] para 2022 em 0,3% no acumulado do ano contra o ano anterior”, completou.
Já o economista Renan Silva explicou que este foi o setor que mais sentiu os efeitos das restrições de circulação no pico da pandemia. “Depois, com a vacinação, observamos um certo otimismo do setor, mas foi uma recuperação cíclica. O que percebemos neste primeiro trimestre é que com queda na renda da população há um endividamento da população. Há uma inflação agressiva e um ‘buster’ com a guerra da Ucrânia e o setor de serviços é afetado pelo desemprego, queda na renda e endividamento e inflação”.
Dados sobre o tema e sinais de alerta:
O setor se encontra 5,4% acima do nível de fevereiro de 2020, ou seja, do período pré-pandemia de covid-19, mas 7% abaixo de novembro de 2014, o ponto mais alto da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
O volume de serviços cresceu 7,4% na comparação com fevereiro de 2021, 8,4% no primeiro bimestre (ante com o mesmo período do ano anterior) e 13% no acumulado de 12 meses. Na passagem de janeiro para fevereiro, a queda foi puxada por duas atividades: serviços de informação e comunicação (-1,2%) e outros serviços (-0,9%). Por outro lado, três atividades tiveram alta de janeiro para fevereiro: transportes (2%), serviços profissionais, administrativos e complementares (1,4%) e os prestados às famílias (0,1%).
O agregado de atividades turísticas, também analisado pela pesquisa, teve um recuo de 1% no período. Em relação à receita nominal, os serviços tiveram queda de 1,5% na comparação com janeiro, mas cresceram 13,1% em relação a fevereiro do ano passado, 14,1% no primeiro bimestre e 17,2% no acumulado de 12 meses.
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