O Brasil tem 55 usinas com autorização para produção de biocombustíveis. Outras 11 unidades estão em construção e há mais 4 plantas em processo de ampliação para produção de energia limpa. A cadeia produtiva do biodiesel envolve 74 mil famílias de agricultores que fornecem matérias-primas para as usinas. Essa é uma das contrapartidas sociais do programa de biodiesel no país.
Muito dessa cooperação se dá por meio do Selo Biocombustível Social, um componente de identificação concedido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Conforme a norma vigente, as indústrias que detêm esse selo têm prioridade na comercialização de 80% do biodiesel.
"Em termos de geração de emprego e renda, as indústrias de biodiesel promovem assistência técnica e fomentam todo o processo produtivo dessas famílias e agricultores. O valor destinado à assistência técnica pela Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) é praticamente um terço do que as empresas de biodiesel gastaram com assistência técnica para essas famílias", explica o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski.
Ele destaca que o biocombustível não deve ser utilizado como política de preço — exatamente a estratégia do governo, ao reduzir a mistura do biodiesel na tentativa de baixar o valor do diesel nas bombas. Segundo o especialista, para compreender a importância do uso do biodiesel é preciso olhar para o valor. "O combustível fóssil mata as pessoas, ele causa doenças pulmonares, cardiovasculares. De acordo com estudos do Ministério de Minas e Energia, somente na região metropolitana de São Paulo, o uso de 10% do biodiesel no diesel evita a morte de 244 pessoas por ano", detalha.
"Tem muito mais a ver com valor ambiental, redução de gás de efeito estufa, redução de enxofre, redução de material particulado, redução de hidrocarboneto e tantos outros produtos e são nocivos à saúde."
Desafios do setor
Os maiores desafios enfrentados pelo setor de biocombustíveis podem ser resumidos em três aspectos: visibilidade, planejamento e previsibilidade. É o que enumera o presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), Francisco Turra. "A visibilidade para que todos reconheçam a sua importância; planejamento e previsibilidade para que o setor se mantenha organizado de forma a garantir avanços ainda maiores na transição da matriz energética brasileira para um modelo mais limpo; e contribuição para antecipar o cumprimento das metas de descarbonização estabelecidas na COP26." (TM)
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