As contas públicas do governo central registraram um deficit primário de R$ 20,6 bilhões em fevereiro de 2022, de acordo com dados do Tesouro Nacional divulgados nesta quarta-feira (30/3).
O resultado primário agrega receitas e despesas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central. E não inclui o pagamento dos juros da dívida pública e outros encargos.
O Tesouro Nacional disse que o resultado é semelhante ao de fevereiro de 2021, quando o governo central apresentou déficit de R$ 21,3 bilhões em valores nominais.
Contexto
O deficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo as despesas do governo, aquelas que não são considerados os gastos com o pagamento de juros da dívida pública. Se as receitas superam as despesas, o resultado é de superavit primário.
Ainda de acordo com o governo, o deficit registrado em fevereiro é o menor para o mês desde 2015, quando foi registrado resultado negativo de R$ 11,1 bilhões (valor corrigido pela inflação).
No mesmo mês do ano passado, as contas do governo registraram rombo de R$ 23,6 bilhões.
Segundo o Tesouro Nacional, o aumento da dívida está relacionado com:
- pagamento de benefícios e auxílios do Programa Auxílio Brasil, em fevereiro de 2022, no montante de R$ 7,4 bilhões. Em fevereiro de 2021, o antigo Bolsa Família pagou R$ 2,1 bilhões;
- aumento das despesas livres (+R$ 2,5 bilhões), com destaque para a função Saúde (+R$ 1 bilhão)
- acréscimo de R$ 1,8 bilhão nos gastos com subsídios, Subvenções e Proagro (com destaque para R$ 1,4 bilhão em Proagro)
- aumento de R$ 1,7 bilhão no pagamento de créditos extraordinários devido a aquisição de vacinas.
- queda de R$ 2,6 bilhões nos gastos com pessoal e encargos sociais.