Servidores públicos do Banco Central (BC) afirmam que, se os servidores não estiverem incluídos na medida provisória com o reajuste para os policiais, a greve será mais severa e poderá interromper, total ou parcialmente, o Pix — sistema de pagamento instantâneo. No início da semana, o grupo anunciou greve por tempo indeterminado a partir de 1° de abril, após se reunir em uma assembleia e ter a adesão de 90% do quadro de servidores.
“Se os técnicos e analistas do BC não estiverem nesta Medida Provisória, a greve será ainda mais forte e poderá interromper, total ou parcialmente, o Pix, a distribuição de moedas e cédulas, a divulgação do boletim Focus e de diversas Taxas, o funcionamento do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), a mesa de operações do Demab e outras atividades”, disse em nota o Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central (Sinal).
Segundo a categoria, houve uma reunião virtual com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, na última terça-feira (29), às 16h. “Mas foi um fiasco: nenhuma proposta oficial foi feita”, informou o Sinal. “Até agora, não foi marcada uma outra reunião com Campos Neto ou com algum ministro do governo Bolsonaro, mas o sindicato reiterou a cobrança da reunião com o presidente da República para tentar achar uma solução negociada.”
O presidente do Sinal, Fábio Faiad, observou que a greve dos servidores da entidade monetária será feita respeitando a lei de serviços essenciais, mas ele lembra que o Pix e outras atividades do BC não se encontram dentro do escopo da lei, portanto, podem sofrer paralisações parciais e até totais.