O ginecologista Luciano Pompei, assim como outros especialistas, acredita que entre os grande dificultadores do diagnóstico precoce tanto da endometriose quanto de outras doenças que podem causar dor pélvica, está a normalização da dor.
O médico defende que todos os colegas devam ser treinados a não desvalorizar a cólica menstrual e a investigar se existem doenças associadas. As dores pélvicas podem ser sinais de mais de 60 doenças, entre elas miomas, pólipos, endometriose, miomas uterinos, cistos de ovário, infecções crônicas da trompa, doenças inflamatórias pélvicas e até mesmo condições ortopédicas.
Com relação ao diagnóstico da endometriose, grande desafio atualmente, ele comenta que há 20 anos não existiam exames como os atuais e que, cada vez mais, sociedades médicas se dedicam a diminuir o tempo de identificação da doença, que gira em torno de sete a 10 anos.
A ginecologista Letícia Piccolo, pondera ainda sobre os casos de endometriose que não apresentam dor e acredita ser necessária uma mudança no sistema de saúde como um todo, uma vez que muitos dos médicos não pedem determinados exames com mais frequência por serem desencorajados pelos planos de saúde.
Nessas situações, Larissa recomenda que as mulheres leiam, informem-se e conheçam o próprio corpo. Ela defende uma mudança na medicina, mas sabe que o processo é demorado e acredita que as mulheres não podem continuar pagando por isso com saúde e infertilidade.
"O empoderamento aqui é fundamental. Assumirmos esse processo, estudando e compreendo nossos ciclos, muco cervical e hormônios. Assim, podemos exigir exames e investigações completas ao suspeitar de algo", acredita.