conjuntura

Serviços dão força para cima

Setor, que cresceu 3,3%, foi importante para o PIB de 2021 fechar em 4,6% e dar esperanças de uma retomada econômica

O Produto Interno Bruto (PIB) do setor de serviços, que representa mais de 60% do lado da oferta no país, foi fundamental para a recuperação do PIB. Frente ao mesmo período do ano anterior, cresceram 3,3% e, conforme os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o avanço foi impulsionado pelos resultados positivos de itens relacionados à Informação e Comunicação, com 13,8%.

O levantamento do IBGE mostra, ainda, que outras atividades também foram positivas dentro do setor. Como Transporte e Armazenagem (que inclui as atividades relacionadas à logística), que ficou com 9,3%; Administração, Defesa, Saúde e Educação Públicas e Seguridade Social, com 2,0%; e Atividades Imobiliárias, com 0,2%. As demais áreas apresentaram taxas negativas, como o Comércio, que ficou com -2,9%, e as Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços Relacionados ficando com -0,4%.

Segundo Homero Guizzo, economista da Terra Investimentos, o PIB de serviços colheu, no quarto trimestre de 2021, os últimos efeitos do impacto do fim das restrições à mobilidade sobre a atividade econômica. "O quarto trimestre inclui outubro e novembro, quando ainda estavam sendo relaxadas algumas medidas de distanciamento social. Porém, não contamos que isto continue da mesma forma em 2022, uma vez que o retorno à normalidade já está praticamente completo. E a demanda por serviços tem sido afetada pela erosão do poder de compra das famílias pela inflação", explicou.

Desempenho

Para a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, o crescimento de 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, após retração de 3,9% em 2020, mostra que a economia brasileira recuperou o nível da atividade anterior à pandemia e confirma a "recuperação em V" da atividade.

A SPE destacou, ainda, que o desempenho da economia brasileira acumulado no biênio 2020-2021 foi superior ao de todos os países do G7, que reúne as principais economias do mundo, com exceção dos Estados Unidos. "Em relação ao G20, a variação dos últimos dois anos do PIB brasileiro ficou acima da maior parte dos países e foi superior à mediana deste grupo", salientou a SPE.

A equipe econômica apontou que o efeito carregamento estatístico para 2022 é de 0,3% e reafirmou que mantém uma expectativa de crescimento para este ano superior às projeções do mercado. (Com Agência Estado)