O conjunto de sanções à Rússia são de fato fortes e visam atacar a comunidade de negócios daquele país e sua elite. Segundo avaliação do economista-chefe da Necton, André Perfeito, a retirada de eventos desportivos e o desligamento do sistema financeiro daquele país da Sociedade para as Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (SWIFT) são a face mais visível.
“Porém, levando em conta que até a Suíça entrou no esforço de guerra econômica contra Moscou, fica claro que (presidente da Rússia, Vladimir) Putin está sob grande pressão”, comenta Perfeito.
”Está evidente que o Ocidente não vai querer entrar numa guerra declarada apesar da Europa e dos EUA estarem ativamente armando Kiev. Trabalho com a hipótese de apenas 20% de um conflito generalizado.”
Segundo o economista-chefe, o Ibovespa está reagindo como esperado e, de fato, a guerra — ou as tensões derivadas dela — tem efeito misto no mercado de capitais. “Se o dólar ajusta, o Ibovespa segue em alta. Vale notar que, implicitamente, o mercado não elevou as apostas na alta da Selic (taxa básica de juros) que está em 100 pontos base na próxima reunião”, ressalta.
Para Perfeito, haverá volatilidade no mercado de capitais e isso impõe cautela. Mas, de forma geral, permanece uma leitura “otimista”, apesar dos horrores deste conflito.