Categorias do funcionalismo prometeram intensificação dos atos de mobilização caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) não conceda reajuste salarial ou não volte atrás na promessa de reajuste aos policiais. A proposta ocorre um dia após os servidores do Banco Central (BC), declararem greve por tempo indeterminado.
Em Assembleia Geral Extraordinária realizada na manhã desta terça-feira (29/3), os servidores da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) aprovaram a paralisação das atividades nesta sexta, 1º, e na próxima terça (5/3). Também foi deliberada a intensificação da operação padrão que tem impactado as entregas da STN, como a divulgação do Relatório Mensal da Dívida, prevista para terça, mas que agora só será entregue nesta quarta-feira (30/3).
Na última sexta (25/3) ocorreu, ainda, atraso no pagamento dos títulos vencidos do Tesouro Direto. A medida motivou a abertura de vários chamados na Subsecretaria da Dívida Pública.
A previsão é que, nesta semana, a mobilização impacte a entrega do Relatório do Tesouro Nacional, que apresenta o resultado primário e o perfil dos gastos e receitas públicas.
Servidores do BC
No início da semana, servidores públicos do Banco Central (BC), se reuniram em uma assembleia para votarem na greve geral por tempo indeterminado. Com a adesão de 90% da categoria, a partir de 1° de abril todos vão parar. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, a razão da realização da assembleia, é que depois de pedir um voto de confiança, o presidente Roberto Campos Neto, não honrou esse voto de confiança e não trouxe nenhuma proposta oficial do governo.
Segundo Faiad, nesta segunda (28/3) houve uma reunião com Campos Neto, porém não houve uma proposta oficial. “Parece que vai ter uma reunião semana que vem com os ministros, e eles vão tentar ver uma solução. Com isso vamos manter a greve e aguardar na semana que vem os resultados".
O presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central (SinTBacen), Diego Rodrigues, afirmou que essa greve será a maior greve da história do BC e tem dois objetivos principais. O primeiro é reestruturar a carreira de especialista dentro do BC — que envolve mudanças de atribuições, carreira típica de estado, mudança no nível de escolaridade para os técnicos, entre outros. “Os técnicos da autarquia estão há quase 20 anos reivindicando o cumprimento dos acordos para a reestruturação da carreira de especialista do Banco Central”, explicou.
O segundo ponto que está sendo reivindicado, é a conquista do reajuste salarial de 27%, oferecido antes da carreira dos policiais. “Além da pauta não remuneratória, os servidores estão pleiteando reajuste, pois, nos últimos três anos, sofreram uma perda de 55% (IGPM) do valor real da remuneração.” Rodrigues informou que com a greve, os serviços de distribuição de numerário na rede bancária nacional, atendimento ao público, transações via Pix e segurança, entre outros, poderão ser afetados.
Receita
Auditores fiscais da Receita Federal também realizaram ato público, nesta terça-feira (29/3), em frente ao Ministério da Economia, na Esplanada dos Ministérios. A categoria cobrou do ministro da Economia, Paulo Guedes, a recomposição do orçamento da Receita Federal e a realização de concursos públicos para repor a perda de 40% do efetivo ocorrida nos últimos anos. Participaram da manifestação lideranças das 82 Delegacias Sindicais do Sindifisco Nacional e representantes dos Comandos de Mobilização de todo o país.
Os sindicalistas cobram do governo federal, também, a regulamentação da Lei 13.464/2017, aprovada e sancionada há mais de cinco anos, que trata da instituição da gratificação de desempenho para a categoria, entre outras medidas de estruturação da carreira de auditor fiscal da Receita Federal.
Policiais
Na intenção de precaver um recuo de Bolsonaro em relação ao aumento salarial prometido apenas à categoria, policiais também se reunirão em assembleia-geral nesta quarta-feira para debater o pleito e possíveis manifestações.
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