No acumulado de 2020 e 2021, os preços dos medicamentos sofreram alta média de 3,75%. O número apresenta diferença para menos de 11 pontos percentuais em relação à inflação de 15,03%. O cenário mostra que esses produtos farmacêuticos mantiveram a estabilidade de preços na década.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os valores de alimentos (23,15%) e transportes (22,28%) subiram quase seis vezes mais do que os medicamentos no biênio. No ano passado, as medicações também sofreram elevação abaixo da inflação: 6,17% ante os 10,06% mostrados pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA). Em 2020, ano de início da pandemia da covid-19, a inflação nos produtos chegou a ser negativa (-2,28%).
De acordo com o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, "os medicamentos têm um dos mais previsíveis e estáveis comportamentos de preço da economia brasileira”. Foram apontados pelo sindicato outros fatores para a manutenção de preços, a exemplo da carga tributária embutida no preço dos medicamentos, que equivale a até 32% do valor final pago pelo consumidor.
Pesquisa de preços
Além disso, hipertensivos, medicamentos para diabetes e outros produtos para doenças de larga incidência oferecidos gratuitamente no Programa Aqui Tem Farmácia Popular são vendidos pelos fabricantes por valores de reembolso baixos, que não são reajustados há anos.
“É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos prescritos pelos profissionais de saúde. Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer”, justifica Mussolini.
Em nota, a Sindusfarma afirmou que nenhuma empresa pode aumentar o preço máximo ao consumidor (PMC) de seus produtos sem autorização do governo. “Uma única vez, a cada ano, os aumentos de custo de produção acumulados nos 12 meses anteriores podem ser incorporados ao preço máximo ao consumidor (PMC) dos medicamentos, a critério das empresas fabricantes, aplicando-se uma fórmula de cálculo criada pelo governo”.
Aumento
Seguindo a alta acumulada da inflação no último ano, contudo, medicamentos podem sofrer reajuste numa média de até 12%. O anúncio deve ocorrer nos próximos dias e os novos preços dos remédios passarão a valer a partir de 1º de abril. Essa definição é de responsabilidade da Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos (CMED), órgão interministerial que tem participação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Se confirmado, será o maior reajuste da década no país
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
Saiba Mais
- Últimas Notícias Estudantes e servidores pedem apuração de denúncias e melhorias no MEC
- Cidades DF GDF irá indenizar criança que depende de cadeira de rodas por demora em cirurgia
- Política Reforma tributária em 2022 "não é impossível", diz líder do governo
- Holofote É falso que o Brasil tenha sido escolhido pela OMS como um dos três países que melhor atuaram no combate à pandemia
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.