TENSÃO

BC admite que, pelo 2° ano consecutivo, a inflação vai estourar a meta

Apesar da nova variante Ômicron da covid-19 ter tido impacto econômico menor que o esperado, o aumento das tensões geopolíticas no leste da Europa traz um fator de risco importante

Fernanda Strickland 
postado em 24/03/2022 09:24 / atualizado em 24/03/2022 09:24
 (crédito:  Marcello Casal Jr/ Agência Brasil )
(crédito: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil )

No Relatório de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (24/3), o Banco Central (BC) elevou de 4,7% para 7,1% a estimativa de inflação para o ano de 2022, calculada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O relatório apresenta estimativas de inflação para as taxas de juros e câmbio em 2023.

O documento mostra que o cenário externo prospectivo prossegue com elevado grau de incerteza. Apesar da nova variante Ômicron da covid-19 ter tido impacto econômico menor que o esperado, o aumento das tensões geopolíticas no leste da Europa traz um fator de risco importante ao cenário para a atividade global, a estabilidade financeira e principalmente a inflação.

O relatório também diz que haverá uma trajetória de queda nos preços do barril de petróleo até o fim deste ano. As taxas de inflação ao consumidor nesses países devem continuar pressionadas pela renovada alta dos preços de commodities, elevação dos custos de transporte internacional e rupturas nas cadeias de oferta de insumos.,

O relatório afirma ainda que nas economias emergentes do leste europeu, o cenário para inflação se tornou mais desafiador e altamente incerto, com possibilidade de aceleração expressiva dos preços nos próximos trimestres. Com isso, a estimativa de inflação para 2022 é de 6,3%.

O BC calcula que, pelo segundo ano seguido, a meta deve ser superada, estourando cerca de 88% a 97%. 

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