Ministro para a Iberoamérica e Caribe, Juan Fernández Trigo disse que a Espanha e seus empresários devem pressionar a União Europeia para que retome as discussões sobre acordos comerciais como os com o Mercosul, que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, e aqueles que envolvem México e Chile. O atraso nessas negociações mostra, segundo ele, que a Europa não dá o devido valor à América Latina, que agrega quase 800 bilhões de euros em investimentos europeus, mais do que todos os ativos detidos na China, no Japão e na Índia. "Tem de se sentar e negociar. Os motivos para a paralisação são difíceis de explicar", acrescentou. Ele criticou ainda o fato de, há sete anos, não haver uma reunião de Cúpula entre os governos da Europa e da América Latina.
Na avaliação de Maria Jimenez Duran Sanin, diretora do CAF, o Banco de Desenvolvimento da América Latina, os países latinos detêm características muito importantes para o desenvolvimento sustentável, que é defendido pela Europa. Tem a matriz energética mais limpa do mundo, possui reservas de minerais considerados fundamentais para o desenvolvimento das tecnologias do futuro, como baterias, mobilidade elétrica e semicondutores. "A América Latina concentra 67% das reservas mundiais de lítio, 39% das de cobre, 32% das de lítio e 25% das de estanho. Essa combinação de oportunidades evidencia as prioridades de investimentos e de desenvolvimento na região", assinalou.
Não são apenas as grandes companhias que estão dispostas a abrir o caixa para incrementar os negócios na América Latina. O professor Lázaro, da IE University, ressaltou que, entre as pequenas e médias empresas, o apetite é ainda maior: 79% delas veem espaço para ampliar investimentos na região em 2022. Ele frisou que, no geral, 86% das firmas espanholas esperam aumento no faturamento nos negócios latinos nos próximos três anos. Esse indicador é o maior entre todas as outras regiões. Nos Estados Unidos e no Canadá, os investimentos espanhóis devem crescer 77% no mesmo período. Na União Europeia, 67%. Na Ásia, 44% e, na África, 40%. Mais: a despeito da invasão da Ucrânia pela Rússia e de todos os seus reflexos negativos para o mundo, 51% dos empresários espanhóis acreditam que a América Latina, grande produtora de commodities, sairá melhor desta crise. (VN)
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