O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou, nesta quarta-feira (23/3), que viveremos uma grande crise energética mundial, que impactará na aceleração para uma energia verde. Porém, na sua leitura, o movimento mais importante a ser observado pelo Brasil é o de redesenho das cadeias globais, que sofrerão uma “polarização” com o pós-guerra no leste europeu.
“Em termos de energia limpa, observamos um passo atrás. No médio prazo, pode ser que acelere esse passo”, disse em evento promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Vale destacar que o Brasil tem uma meta, declarada na COP26, no ano passado, de cortar emissões de gases em 50% até 2030.
Para Campos Neto, essa divisão será uma oportunidade para o Brasil de entrar no mercado global e “aproveitar uma oportunidade que não aconteceu no passado”. Ainda de acordo com ele, haverá uma corrida de investimento estrangeiro para o ocidente e o país tem potenciais para serem explorados.
“(A guerra) Significa para o mundo um período relativamente longo de menos crescimento e mais inflação. Para o Brasil, como efeito do choque da guerra, a gente vê o seguinte: positivo para os minerais, a parte de alimentos, se o Brasil tiver fertilizantes, sobe. A parte de derivados fósseis, para o Brasil sendo exportador, é um problema. Mas é uma oportunidade, com a redivisão, de estarmos mais presentes no mercado global”, explicou.
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