O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou novamente nesta quinta-feira (16/3) a taxa básica de juros brasileira. Com a alta de 1 ponto percentual, a Selic chega agora a 11,75% ao ano, maior patamar desde fevereiro de 2017.
Apenas um ano atrás, em março de 2021, a taxa básica de juros estava em 2%, menor patamar da sua história.
Assim, com uma sequência de nove altas seguidas, a Selic subiu 9,75 pontos em 12 meses, a mais rápida elevação de juros da história recente do país, numa tentativa do Banco Central de conter o forte avanço da inflação.
Com a nova alta dos juros, o Brasil só supera a Rússia — atualmente em guerra com a Ucrânia e alvo de todo tipo de sanção econômica — em juros reais, num ranking de 40 países elaborado pela gestora de recursos Infinity Asset.
Os juros reais consideram a taxa de juros nominal (aquela definida pelo Copom), menos a inflação do período. São considerados uma medida melhor para comparar os países, já que a inflação é muito diferente entre eles.
Considerando juros nominais, o Brasil também está entre as maiores taxas do mundo - ocupa o quarto lugar, atrás de Argentina (que tem atualmente uma taxa básica de 42,50% ao ano), Rússia (20%) e Turquia (14%).
Antes de invadir a Ucrânia, a Rússia tinha taxa básica de juros de 9,5%, mas o Banco Central russo elevou a taxa em mais de 10 pontos de uma só vez, numa tentativa de conter a rápida desvalorização do rublo após o início da guerra.
No Brasil, mesmo sem guerra, as taxas de juros estão entre as maiores do mundo.
Elevar juros torna mais caro o custo de emprestar dinheiro. Isso reduz a inflação, já que inibe o consumo das famílias e o investimento das empresas.
Mas também prejudica o desempenho da atividade econômica, desacelerando a geração de empregos e o crescimento do PIB.
Também nessa quinta-feira, o Fed (Federal Reserve, banco central americano) elevou os juros em 0,25 ponto percentual, na primeira alta de juros dos Estados Unidos desde 2018, também numa tentativa de conter a inflação.
O Fed projetou que a taxa básica deve atingir um intervalo entre 1,75% e 2% até o fim do ano. A medida é uma má notícia para o Brasil, pois tende a atrair recursos para os Estados Unidos, desvalorizando a moeda de países emergentes.
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