COMBUSTÍVEIS

Bolsonaro antes de reajuste na gasolina: "Não defino preço na Petrobras"

Presidente criticou ainda a gestão do governo PT e disse que "vai ter problema de combustível no Brasil" e que "não vai demorar"

Ingrid Soares
postado em 10/03/2022 12:21
 (crédito: Reprodução / Foco do Brasil)
(crédito: Reprodução / Foco do Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (10/3) que não tem controle sobre o preço de combustíveis na Petrobras. Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, horas antes de a estatal anunciar reajustes no diesel e na gasolina, o chefe do Executivo disse "achar" que os preços dos combustíveis "vão aumentar".

"Não tô dizendo se vai ou não vai, eu acho que vai aumentar. No mundo todo aumentou. Eu não defino preço na Petrobras, não decido nada lá. Só quando tem problema, cai no meu colo", alegou.

Bolsonaro criticou ainda a gestão do governo PT e disse que "vai ter problema de combustível no Brasil" e que "não vai demorar".

"(Ex-presidentes) Lula e Dilma interferiram nos preços da Petrobras, entre outras coisas. Endividaram a empresa em R$ 900 bilhões. Agora, a tendência é melhorar lá fora, mas vai ter problema de combustível no Brasil. Não vai demorar", completou.

A Petrobras informou que, a partir de amanhã, fará novo reajuste nos preços da gasolina e do diesel. O aumento chega a 24,93% nas refinarias. O gás de cozinha também vai sofrer aumento, após 152 dias sem correção, de acordo com a nota da companhia. 

O comunicado informou ainda que o preço médio de venda da gasolina nas refinarias será corrigido em 18,77%, para R$ 3,86 o litro. A empresa destacou que, considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol na gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,54 por litro, ou seja 18,65% de reajuste.

Sob pressão

O Planalto busca uma saída emergencial e se reuniu pela segunda vez nesta semana, com a equipe econômica e ministros, para debater subsídios que possam amenizar os impactos da guerra no leste europeu no Brasil, como o encarecimento ainda maior dos combustíveis causado pela alta do barril do petróleo em meio à guerra da Rússia na Ucrânia.

O governo propõe estipular um valor fixo de referência para a cotação dos combustíveis e subsidiar a diferença entre esse valor e a cotação internacional do petróleo, mas ainda não chegou a um consenso. Por isso, deve esperar o resultado da votação do projeto que regulamenta a cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Senado, outra possível solução.

O momento é de pressão sob o governo, já que, em ano eleitoral, o preço da gasolina pode desembocar em mais um repasse no bolso dos brasileiros, atrapalhando a corrida de Bolsonaro à reeleição.

 

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