Depois de 57 dias, a Petrobras anunciou, nesta quinta-feira (10/3), que fará novo reajuste nos preços da gasolina e do diesel. O aumento chega a 24,93% nas refinarias. O gás de cozinha também vai sofrer aumento, após 152 dias sem correção, de acordo com a nota da companhia.
De acordo com a estatal, os novos preços valem a partir desta sexta-feira (11). O preço médio do diesel nas refinarias terá reajuste de 24,93%, para R$ 4,51 o litro. O botijão do gás de cozinha, de 13kg, por sua vez, será corrigido em 16,06% por quilo, passando para R$ 58,21.
O comunicado informou ainda que o preço médio de venda da gasolina nas refinarias será corrigido em 18,77%, para R$ 3,86 o litro. A empresa destacou que, considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol na gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,54 por litro, ou seja 18,65% de reajuste.
De acordo com a nota da empresa, esse movimento da Petrobras vai no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos seus preços de venda. “Apesar da disparada dos preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo, nas últimas semanas, como decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Petrobras decidiu não repassar a volatilidade do mercado de imediato, realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo”, acrescentou o texto.
O comunicado ainda destacou que, após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, “tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”.
"Equilíbrio econômico"
Além disso, em relação à redução na oferta global de produto, ocasionada pela restrição de acesso a derivados da Rússia, regularmente exportados para países do Ocidente, a empresa informou ainda que “faz com que seja necessária uma condição de equilíbrio econômico para que os agentes importadores tomem ação imediata, e obtenham sucesso na importação de produtos de forma a complementar o suprimento de combustíveis para o Brasil”.
O choque nos preços das commodities por conta da guerra no Leste Europeu tem feito o mercado elevar as projeções de inflação — que já estão acima do teto da meta, de 5% — e da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 10,75%, que passou a ter um piso de 13%, em dezembro. O Credit Suisse, por exemplo, elevou ontem, de 6,2% para 7%, a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas não descarta uma alta de 7,8%, “se houver repasses nos combustíveis”.
Conforme cálculos do banco suíço, os preços da gasolina nos mercados internacionais estão 42% acima dos praticados no Brasil. Pelas contas de Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust Gestora de Recursos, “um reajuste de 25% nos preços dos combustíveis implicará em alta de 1,0 ponto percentual no IPCA” deste ano.
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