Em entrevista à TV Bloomberg, em Nova York, o ministro da Economia, Paulo Guedes, manifestou otimismo sobre a economia brasileira, apesar dos efeitos negativos que a guerra entre Rússia e Ucrânia devem provocar em todo o mundo. Segundo ele, o país deve crescer neste ano e apresentar uma taxa de inflação "menor que a dos Estados Unidos".
Ao falar dos impactos inflacionários para a economia mundial do conflito entre Rússia e Ucrânia, Guedes afirmou que "estamos apenas começando a nos recuperar da pandemia. Não é bom para o mundo". Para ele, a economia mundial passa por um processo sincronizado de desaceleração do crescimento, enquanto a inflação está subindo em vários países.
As consequências da guerra só podem agravar esses efeitos e, segundo ele, uma dos desdobramentos imediatos da guerra na Ucrânia podem ser pressões sobre os preços internacionais de alimentos, grãos, fertilizantes e energia.
Guedes ponderou, no entanto, que o Brasil está "fora de sintonia" com a economia mundial, pois está crescendo. "O Brasil está em outra direção", afirmou. "Até o fim do ano, teremos US$ 200 bilhões em compromissos de investimento, em contratos já assinados de investimentos privados", disse. O ministro citou ainda que são recursos para portos, concessões de rodovias e setor elétrico, que ele disse serem equivalentes a "dois Planos Marshall", referindo -se ao programa. Patrocinado pelos EUA, de reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial.
O ministro foi questionado sobre a posição "neutra" de Jair Bolsonaro sobre o conflito militar. Ele afirmou que o Brasil votou duas vezes no Conselho de Segurança das Nações Unidas condenando a guerra e votará novamente assim. "Queremos que o conflito se resolva de forma pacífica o mais rápido possível", disse.
Na entrevista, Guedes sustentou que a inflação no Brasil pode ser menor que a inflação dos Estados Unidos neste ano. "O Brasil é provavelmente o único país que retirou os incentivos monetários e fiscais durante a pandemia. Então, a inflação no Brasil pode ser ainda menor que a dos EUA; esse é o meu desejo", disse. "Eu acho que o Brasil voltará a surpreender pelo lado positivo."
Guedes afirmou, ainda, que o Brasil gerou 12 milhões de empregos de 2020 até agora. "Atendemos 68 milhões de cidadãos mais vulneráveis e preservamos 11 milhões de empregos no mercado de trabalho privado. Criamos 12 milhões de empregos desde o fundo da recessão, em 2020, até o momento", afirmou.
Porém, os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apontam que, o saldo positivo foi bem menor. "De janeiro de 2019 a dezembro de 2021, período do atual governo, registramos um saldo positivo de 3.183.221 novos postos de trabalho", ressaltou o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, em janeiro passado, ao anunciar os números oficiais.
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