Com forte participação de pequenos empreendedores, a produção agrícola e pecuária no distrito Federal cresceu 23% entre 2019 e 2020, quando o resultado chegou a R$ 3.577 bilhões, segundo os dados mais recentes da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF). Os números foram mencionados ontem pela presidente da companhia, Denise Fonseca, em entrevista ao programa CB.Agro, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.
"O agro foi o setor que menos sofreu os problemas da pandemia, porque os agricultores tiveram que se reinventar para que não houvesse desabastecimento", afirmou a presidente da Emater-DF. Segundo ela, o uso de tecnologia e de recursos digitais ajudou a área rural a se manter em contato com os consumidores e com sua rede de apoio durante os períodos de restrição e de atividade reduzida.
Denise Fonseca é a primeira mulher a ocupar o cargo em 44 anos. Segundo ela, parte significativa do bom desempenho da agropecuária local se deve à atuação de pequenos produtores: são pelo menos 18 mil atendidos pela Emater no DF. De acordo com Fonseca, essa parcela é tão importante que representa 70% da produção do Distrito Federal. "Em 2021 nós fizemos 13 mil visitas às propriedades, incluindo atendimentos on-line, fazendo a nossa assistência técnica e extensão rural", relatou. "Mostramos que ele (produtor) pode produzir mais em menor espaço, apresentando todas as técnicas". Nesta semana, a empresa lançou um aplicativo para facilitar os atendimentos.
Atuação
A presidente da Emater afirma que o papel principal da entidade é dar o suporte necessário para que os produtores possam se desenvolver, além de facilitar a vida dessa população do campo. "Somos nós que organizamos os produtores para eles terem uma cooperativa para poderem participar do Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar), do Papa (Programa de Aquisição da Produção da Agricultura), todos esses programas, além de outros. Nós somos a base de tudo isso", comentou.
Outra área de atuação da empresa é o incentivo às mulheres das áreas rurais para que participem tanto da produção primária quanto dos desdobramentos, sendo incluídas na cadeia do agronegócio. Denise Fonseca avaliou que "os problemas (em relação ao empoderamento feminino) são ainda maiores no campo do que na cidade". A capacitação das mulheres é feita por meio de cursos ministrados em centros de treinamento.
Desafios
De acordo com a presidente da Emater-DF, o maior desafio no momento — como durante todo o período pandêmico — é o escoamento da produção. Ainda assim, o produtor "está bem", disse. "Às vezes, nós temos alguma dificuldade com o turismo, outras vezes com artesanato, mas o produtor em si está vendendo bem sua produção — inclusive aumentou a inflação, então para eles aumentou também um pouco", justificou.
Para a presidente da Emater-DF, parte do sucesso da produção local é decorrente das linhas de crédito rural disponibilizadas para os produtores, que contam com assistência da empresa para esse fim. Em 2021, foram R$ 10,2 milhões, um aumento de quase 20% em relação a 2020.
*Estagiária sob a supervisão
de Odail Figueiredo