A paralisação dos servidores do Banco Central (BC) realizada nesta quarta-feira (9/1) por reajuste foi um sucesso, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad.
Segundo ele, houve uma a sinalização de uma nova reunião com o presidente do BC na próxima semana. "Já demos um recado claro ao governo: reajuste agora ou greve em março", declara.
"A última conversa que tivemos com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi produtiva e positiva. E acreditamos que a próxima reunião, a ocorrer nos próximos dias (ainda não temos data e hora), traga avanços", explica Faiad.
Contudo, o presidente do Sinal diz que o gargalo das negociações não está na entidade bancária, mas, sim, no governo. "As últimas declarações do presidente Jair Bolsonaro, do deputado Ricardo Barros (líder do Governo na Câmara) e dos ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Paulo Guedes (Economia) sugerem ainda que o reajuste será dado somente para os policiais federais, excluindo os servidores do BC", afirma. "Por isso, estamos com o indicativo de nova paralisação parcial em 24/2", completa.
Segundo o presidente do Sinal, a paralisação não trouxe um prejuízo efetivo. "Com a paralisação parcial de hoje de manhã a mesa de monitoramento do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) em São Paulo (SP) teve que ser movida para Brasília. Não houve efetivo prejuízo mas aumento de risco operacional."
Para a nova paralisação, o sindicato espera adesão de no mínimo 70% dos servidores e no mínimo 70% de adesão à listas de entrega e de não-assunção das comissões. "Alguns serviços poderão ser interrompidos, mas não podemos dizer ainda quais, pois isso atrapalharia a organização do movimento", pontua.
Objetivo da mobilização é reajuste salarial, bem como a Reestruturação de Carreira de Analistas e Técnicos do BC — demanda sem impacto financeiro.
"Esperamos uma resposta concreta do governo até o dia 24. Caso contrário, passaremos a debater a proposta de greve por tempo indeterminado a partir de 9 de março de 2022, com a entrega das comissões na mesma data", afirma o presidente do Sinal.