A sustentabilidade pode ser definida como um conjunto de ações que objetivam suprir as necessidades humanas prezando pela saúde do meio-ambiente, criando, assim, um cenário mais favorável às próximas gerações. A partir desse conceito, o Correio Talks desta quarta-feira (9/2) vai discutir o tema "Sistemas Alimentares e Desenvolvimento Sustentável", a partir das 15h30. O debate pode ser acompanhado pelas redes sociais do Correio e se faz ainda mais importante em razão do agravamento da fome mundial durante a pandemia, apontado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Embora hábitos sustentáveis sejam mais comumente associados à economia de água e energia e reciclagem, a forma de comer também desempenha um papel significativo porque impacta na saúde individual, além de propiciar um quadro de alimentos nutritivos e suficientes para a população do planeta.
O relatório intitulado "O Estado da Insegurança Alimentar e Nutrição no Mundo (Sofi)", de 2021, aponta que cerca de 811 milhões de pessoas estavam subalimentadas. Documento alerta para uma conjuntura atual “crítica” e é resultado de uma iniciativa combinada da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP), do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A situação alimentar global vem piorando desde a década passada. Em 2020, ano de início da explosão de casos da covid-19, as crianças foram as mais afetadas.
Produção
Para que um alimento seja considerado sustentável, é importante que todas as etapas que o envolvem — desde a produção até a distribuição — busquem amenizar os impactos negativos ao meio-ambiente.
Carnes e derivados de animais, por exemplo, são grandes emissores de gases de efeito estufa — quase no mesmo nível de alguns setores de transporte, conforme afirma a ONU. Só as cabeças de gado brasileiras, que contribuem para que o país seja um dos gigantes do agro, emitem 71,85% do metano em território nacional, de acordo com dados do Sistema de Estimativa de Emissões de Remoções de Gases de Efeito Estufa.
Áreas desmatadas e uso pouco otimizado de água e energia nos campos, embora estejam sendo transformadas pelas tecnologias 4.0, seguem sendo pontos a serem considerados para a alimentação sustentável.
Participam do Correio Talks, amanhã, a professora da Universidade de Brasília (UnB) membro da Academia Brasileira de Ciências, Mercedes Bustamante, os deputados federais Rodrigo Agostinho (PSB-SP) e Marcelo Ramos (PSD-AM), a coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Janine Giuberti, e Fábio Gomes, da Organização Panamericana da Saúde (Opas).
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro