O agronegócio é um dos setores que mais crescem no Brasil, chegando a contribuir com cerca de 30% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. No Distrito Federal, não é diferente. O segredo, de acordo com o secretário executivo da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF), Luciano Mendes, é ter “um conjunto muito grande de instituições que dão um apoio enorme à nossa agricultura”, a exemplo da Ceasa e da Emater. Ele foi entrevistado, ontem, no CB.Agro — parceria do Correio com a TV Brasília.
“Brasília é mais conhecida por ser a capital político-administrativa. Mas, no Distrito Federal, temos mais de 20 mil produtores”, ressaltou o secretário.
Ele lembrou, porém, que, apesar do bom desempenho nos últimos anos, ainda há desafios a serem superados: “Primeiro, produzir mais em um espaço menor. E preservar o meio ambiente — que é uma coisa que nos deixa bastante felizes. Nossos produtores, na sua maioria, respeitam as normas ambientais”.
Um dos mais antigos percalços enfrentados pelos agricultores locais é o da titularidade de terras. No fim do ano passado, foi criada uma nova estrutura dentro da Terracap para acelerar os processos de regularização fundiária.
“Esse é um desafio enorme, que envolve todos os setores de governo, e também a Câmara Legislativa”, explicou Luciano Mendes. “Estamos tentando resolver essa questão. Ano passado, fizemos mudanças na legislação. Esperamos avançar num passo muito maior”, projetou.
Luciano Mendes comentou que a pandemia teve forte impacto no setor, especialmente em ramos como o da floricultura e das hortaliças. Os mais afetados foram produtores da agricultura familiar. “Logo no início, as feiras foram fechadas, e no Distrito Federal a grande maioria dos agricultores familiares depende desses ambientes para colocar sua produção”, observou.
Outro ponto que prejudicou a atividade foi o fechamento temporário de escolas, que consomem grande parte da produção do DF com a merenda dos alunos. Apesar disso, foi possível manter os pequenos negócios nos eixos: “Houve uma alteração da lei federal que nos possibilitou continuar entregando os produtos. E a Secretaria de Educação foi muito sensível a essa questão aqui no DF, fez os contratos, e nós conseguimos colocar os produtos”, disse.
*Estagiários sob a supervisão
de Odail Figueiredo