O processo de modernização da agricultura, que ocorre desde a Revolução Verde, no pós-segunda Guerra Mundial, alterou completamente o sistema alimentar. Os alimentos começaram a ser produzidos em grande escala, com o uso de maquinários e incentivo ao uso de agrotóxicos. Mais recentemente, tem ganhado espaço a busca por uma alimentação mais saudável, a partir de mudanças nos sistemas de produção.
Esse será um dos assuntos discutidos durante o Correio Talks, no próximo dia 9, às 15h30. O evento, promovido pelo Correio Braziliense, em parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), terá como tema Sistemas Alimentares e Desenvolvimento Sustentável e poderá ser acompanhado pelas redes sociais do jornal.
A principal causa do desequilíbrio ambiental vem do modo como são produzidos os alimentos no país. Segundo estudo do Idec intitulado As cinco dimensões dos sistemas alimentares no Brasil: uma revisão de literatura, que será discutido no evento, “o sistema agroalimentar brasileiro é hegemonicamente orientado para a produção de commodities agrícolas, a serem comercializadas no mercado internacional” e “está ancorado em valores de lucro e produtividade, tecnificação da agricultura e do campo, gerando alimentos de baixa qualidade nutricional, alto impacto ambiental e um intenso agravamento da desigualdade social”.
Uma das participantes do evento, Mercedes Bustamante, professora da Universidade de Brasília (UnB) e integrante da Academia Brasileira de Ciências, afirma que o modelo da agricultura moderna precisa ser questionado, do contrário, um dos efeitos, além do aquecimento global, será na vida humana.
“A mudança climática envolve fatores cruciais para a produção na agricultura. Adicionalmente, tais alterações afetam também a qualidade dos alimentos produzidos. Dessa forma, há impactos sobre a segurança alimentar em termos quantitativos e qualitativos — que atinge o valor nutricional dos alimentos. Além da redução na agrobiodiversidade e, como parte da crise global de declínio da biodiversidade, também afeta negativamente a segurança alimentar”, explicou.
De acordo com o estudo do Idec, no Brasil, estimular o sistema alimentar hegemônico de hoje é priorizar a comercialização exterior, enquanto no mercado interno, mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros são provenientes da produção familiar, a que menos recebe incentivo estatal.
Confira a programação completa no site e ative o lembrete da live: www.correiobraziliense.com.br/correiotalks/sistemasalimentares.html