A redução das tensões entre Rússia e Ucrânia fez o dólar cair abaixo de R$ 5,20 pela primeira vez neste ano. Ontem, a moeda norte-americana recuou 0,74% e fechou o dia cotada a R$ 5,180. Com o resultado, a divisa passou a acumular queda de 1,17% na semana, de 2,36% em fevereiro e de 7,08% em 2022.
O analista de investimentos da BeCapital Matheus Villar explicou que o clima de propensão ao risco, após a diminuição das tensões geopolíticas, impulsionou os mercados globais, inclusive o Ibovespa, que fechou em alta de 0,82%, aos 114.828 pontos, e apresentou boa evolução, mesmo com expressivas quedas nas cotações do petróleo e do minério de ferro. "Com juros futuros e dólar em baixa na sessão de hoje, empresas dos setores de consumo e tecnologia tiveram performance destacada", disse.
"As sucessivas altas do Ibovespa, acompanhadas de uma consistente queda na cotação do dólar, simbolizam um ambiente mais leve, com os investidores mais atentos aos fundamentos corporativos do que aos ruídos políticos. A valorização do real tem se dado mesmo com o avanço dos rendimentos dos títulos de renda fixa do governo americano, muito por conta do movimento de elevação de juros iniciado em março de 2021 pelo Banco Central. Nos EUA, o Fed deve promover o primeiro aumento no mês que vem", acrescentou Villar.
O economista Felipe Queiroz explicou ao Correio que alguns pontos do contexto atual brasileiro devem ser observados. "As ameaças de Bolsonaro às instituições democráticas contribuem para a alta do câmbio. Porém, elas vêm diminuindo. Além disso, a resistência do mercado financeiro a Lula, que está em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais, é muito menor do que foi um dia. Tudo isso influencia no câmbio", avaliou.
*Estagiária sob a supervisão
de Odail Figueiredo
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