CONJUNTURA

Setor de serviços cresce 10,9% em 2021, superando perdas de 2020

Segundo o IBGE, essa foi a maior taxa para um fechamento de ano desde o início da séria histórica em 2012

Fernanda Strickland
postado em 10/02/2022 10:02 / atualizado em 10/02/2022 10:02
 (crédito:  Minervino Júnior/CB)
(crédito: Minervino Júnior/CB)

O setor de serviços cresceu 10,9% em 2021, após ter recuado 7,8% em 2020. Essa foi a maior taxa para um fechamento de ano desde o início da série histórica em 2012. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (10/2) na Pesquisa Mensal de Serviços pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação de dezembro contra novembro, o setor cresceu 1,4%, segundo mês seguido de alta, acumulando expansão de 4,1%. De acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, entre 2012 e 2019, o setor de serviços acumulou uma variação positiva de 0,1%, e, no biênio 2020-2021, uma alta de 2,2%. Ou seja, boa parte do crescimento acumulado dos últimos 10 anos (2,3%) se deve ao desempenho mais dinâmico de alguns segmentos de serviços em 2021.

“Nos primeiros meses de 2020, o setor de serviços foi duramente afetado em função da necessidade de isolamento social e do fechamento dos estabelecimentos que prestavam serviços de caráter presencial. Por outro lado, a pandemia trouxe oportunidades de negócios para serviços voltados às empresas, como os de tecnologia da informação, transporte de cargas, armazenagem, logística de transporte e serviços financeiros auxiliares, que tiveram ganhos mais expressivos e compensaram as perdas dos serviços de caráter presencial”, contextualiza.

Ainda para o fechamento do ano, Lobo destaca que houve alta em todas as atividades. “É a segunda vez na série que todas as atividades crescem simultaneamente. Dos 10 anos da série, o setor fechou positivo em cinco (2012, 2013, 2014, 2019 e 2021), e, nestes, apenas em 2012 e 2021 houve crescimento em todas as atividades”.

No último ano, as atividades que mais se destacaram foram transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (15,1%) e informação e comunicação (9,4%). Com o aumento, ambas superaram as quedas de 7,6% e 1,6%, respectivamente, registradas em 2020.

Os demais avanços vieram de serviços profissionais, administrativos e complementares (7,3%); serviços prestados às famílias (18,2%); e outros serviços (5,0%). No caso de serviços profissionais, administrativos e complementares e serviços prestados às famílias, o crescimento de 2021 não foi suficiente para compensar as perdas de 2020 (respectivamente, -11,4% e -35,6%). Já a atividade de outros serviços vem registrando aumento desde 2018, tendo crescido 6,8% em 2020.

Crescimento em dezembro

Já na passagem de novembro para dezembro, com o crescimento de 1,4%, o setor de serviços amplia para 6,6% o distanciamento em relação ao nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), e alcança seu maior patamar desde agosto de 2015. No entanto, ainda se encontra 5,6% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014.

Lobo destaca que “a partir de junho de 2020, quando se inicia a recuperação, foram 19 informações, sendo 15 taxas positivas e 4 negativas (em dezembro de 2020, março, setembro e outubro de 2021). Isso confirma um contexto de crescimento para o setor”.

Quatro das cinco atividades investigadas avançaram no mês de dezembro. O maior impacto veio do setor de transportes, que cresceu 1,8%, segundo resultado positivo seguido, acumulando ganho de 4,0%. O setor está 9,8% acima do patamar pré-pandemia, mas 5,2% abaixo do seu ponto mais alto da série, em fevereiro de 2014.

Segundo maior impacto em termos setoriais, os serviços profissionais, administrativos e complementares cresceram 2,6%. Essa também é a segunda taxa positiva, acumulando ganho de 3,9%. A atividade situa-se 0,2% abaixo do patamar pré-pandemia e 20,7% abaixo do ponto mais alto da sua série, em julho de 2012.

Outros serviços ficaram com o terceiro impacto. O crescimento de 1,4% em dezembro foi a segunda taxa positiva seguida, acumulando ganho de 5,6%. Com isso, situa-se 0,5% acima do patamar pré-pandemia e 10,5% abaixo do ponto mais alto da série, em agosto de 2011.

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