Planos de Saúde

ANS barra negócio da Amil

Agência reguladora suspende venda da APS, empresa do mesmo conglomerado, para um grupo de investidores nacionais e estrangeiros até que todos os aspectos do negócio sejam esclarecidos. Beneficiários se queixam de piora no atendimento

Correio Braziliense
postado em 10/02/2022 00:01
 (crédito:  Reprodução)
(crédito: Reprodução)

Em meio a crescentes reclamações de usuários contra falta de atendimento e mudanças na rede médica credenciada, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) suspendeu a venda da operadora APS (Assistência Personalizada a Saúde) para um grupo de investidores nacionais e estrangeiros. Em dezembro passado, a APS havia absorvido 340 mil planos individuais de saúde da Amil nos estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Ambas as empresas são controladas pelo grupo norte-americano United Health.

A transferência dos planos ocorreu no âmbito de um processo de reestruturação societária da APS, que incluiu a entrada de novos investidores estrangeiros. Segundo o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello, a operação de mudança do controle da operadora precisa de mais explicações. De acordo com o dirigente, a suspensão vai durar até que toda o negócio seja esclarecido. "Até nova decisão da ANS, a APS continua sendo uma operadora do Grupo Amil e de inteira responsabilidade do grupo Amil", disse.

"Nossa maior preocupação é com o consumidor. Não pode haver, em nenhuma hipótese, a interrupção da prestação de assistência aos clientes da APS, principalmente aos que estejam em regime de internação hospitalar ou em tratamento continuado", acrescentou Rebello.

O controle da APS está sendo transferido para um grupo de investidores formado pelo fundo Fiord Capital, que ficaria com uma fatia de 45% da operadora; pelo grupo Seferin & Coelho, que atua na área de gestão de hospitais, que também seria detentor de 45%; e o executivo Henning Von Koss, com os 55 restantes. O valor da transação seria de R$ 2,3 bilhões.

Além disso, desde o fim de janeiro, circulam notícias de que a United Health pretende se desfazer de todos os negócios que tem no país. O grupo norte-americano comprou a Amil há cerca de 10 anos, mas acumulou grandes prejuízos com o negócio. Com a decisão da ANS, a United Health fica proibida , por enquanto, de deixar o quadro social da Amil.

A ANS informou ter questionado a Amil sobre a aquisição do controle da APS, a capacidade financeira dos novos sócios para garantir a sustentabilidade da operadora e o valor envolvido na operação. "Sem respostas satisfatórias, a diretoria decidiu seguir a orientação técnica de suspender a retirada da atual controladora do Grupo Amil do quadro social neste momento", informou a agência.

Em nota, o UnitedHealth Group Brasil disse que está "revisando o processo de compra e venda da APS, em resposta às questões levantadas pela agência reguladora". Também informou que "a APS permanece como empresa do grupo e assegura que todas as condições contratadas pelos beneficiários permanecem rigorosamente as mesmas". A empresa acrescentou que os canais de atendimento "seguem à disposição dos seus beneficiários para esclarecimentos".

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