Os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 46,441 bilhões em 2021, com alta de 22,9% frente ao ano de 2020. Os dados foram enviados pelo Banco Central à imprensa, já que o site ainda enfrenta instabilidade nesta quarta-feira (26/1).
Os investimentos diretos no país (IDP) registraram desinvestimentos de US$ 3,9 bilhões em dezembro de 2021, ante ingresso líquido de US$ 1,1 bilhão no mesmo mês de 2020. A participação no capital foi negativa em US$ 2,3 bilhões, resultado de lucros reinvestidos negativos de US$ 6 bilhões e ingresso líquido de US$ 3,7 bilhões em participação no capital exceto lucros reinvestidos.
As operações intercompanhia registraram saídas líquidas de US$ 1,6 bilhão no mês. No ano de 2021, o IDP totalizou ingressos líquidos de US$ 46,4 bilhões (2,89% do PIB), ante US$ 37,8 bilhões (2,61% do PIB) em 2020.
Nessa comparação, destacam-se os incrementos de US$ 8,8 bilhões em ingressos de lucros reinvestidos (US$ 14,2 bilhões em 2021 ante US$ 5,5 bilhões em 2020) e de US$ 4,1 bilhões em participação no capital exceto lucros reinvestidos (US$ 32,2 bilhões em 2021 ante US$ 28,1 bilhões em 2020). As operações intercompanhia registraram redução de US$ 4,2 bilhões (saídas líquidas de US$ 29 milhões em 2021, ante ingressos líquidos de US$ 4,2 bilhões em 2020).
Já os investimentos diretos no exterior (IDE) apresentaram desinvestimentos líquidos de US$ 3,9 bilhões em dezembro de 2021, ante aplicações líquidas de US$ 1,1 bilhão em dezembro de 2020. Em 2021, os fluxos de IDE totalizaram aplicações líquidas de US$ 19,2 bilhões, ante desinvestimentos líquidos de US$ 3,5 bilhões em 2020.
O BC afirmou em relatório que o resultado deveu-se, principalmente, às aplicações em participação no capital, que somaram US$ 19,3 bilhões em 2021, ante desinvestimentos líquidos de US$ 4,8 bilhões em 2020.
Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram saídas líquidas de US$ 47 milhões em dezembro 2021, resultado de saídas de US$ 853 milhões em ações e fundos de investimento e ingressos de US$ 806 milhões em títulos de dívida. No ano de 2021 os ingressos líquidos em carteira no mercado doméstico somaram US$ 25,4 bilhões (US$ 7 bilhões em ações e fundos de investimentos e US$ 18,5 bilhões em títulos de dívida) ante saídas liquidas de US$ 7,8 bilhões em 2020.
Transações
As transações correntes do balanço de pagamentos registraram deficit de US$ 5,9 bilhões em dezembro de 2021, ante US$ 8,5 bilhões em dezembro de 2020. Na comparação interanual, houve aumento de US$ 4,6 bilhões no superavit comercial, parcialmente compensado pela elevação nos deficits em renda primária, US$ 1,9 bilhão, e em serviços, US$ 202 milhões.
Segundo os dados do BC, no ano de 2021 o deficit em transações correntes somou US$ 28,1 bilhões (1,75% do PIB), ante US$ 24,5 bilhões (1,69% do PIB) em 2020. O aumento no deficit, US$ 3,6 bilhões, deveu-se à ampliação de US$ 12,2 bilhões no deficit de renda primária, compensado parcialmente por aumentos de US$ 3,8 bilhões no superavit comercial e de US$ 1 bilhão no superavit da renda secundária e redução de US$ 3,8 bilhões no deficit em serviços.
Os dados mostram que a balança comercial de bens foi superavitária em US$ 2,7 bilhões em dezembro de 2021, ante deficit de US$ 1,9 bilhão em dezembro de 2020. As exportações de bens totalizaram US$ 24,6 bilhões e as importações de bens, US$ 21,9 bilhões, incrementos de 32,2% e 6,7% em comparação a dezembro de 2020.
As importações no âmbito do Repetro somaram US$ 222 milhões em dezembro de 2021 (US$ 3,8 bilhões em dezembro de 2020). No ano de 2021 as exportações somaram US$ 283,3 bilhões, aumento de 34,7% ante os US$ 210,7 bilhões observados em 2020. As importações somaram US$ 247,6 bilhões, aumento de 38,9% em relação aos US$ 178,3 bilhões observados em 2020.