Após o governo ignorar tentativas de negociação de servidores que reivindicam reajuste salarial, funcionários públicos dos Três Poderes confirmaram uma paralisação no dia 18 de janeiro. Essa data já era apontada pelo fórum que representa a elite do funcionalismo público como dia certo para o ato, que ocorrerá em frente ao prédio Banco Central pela manhã, e, à tarde, no Ministério da Economia.
Segundo o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, há uma adesão expressiva de carreiras dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo. Além da elite do funcionalismo, estarão presentes os servidores representados pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), conhecidos como “carreirão”.
“Estarão conosco os analistas de comércio exterior, servidores do Itamaraty, especialistas em políticas públicas e gestão governamental, auditores fiscais, federais, agropecuários, auditores e técnicos da Controladoria-geral da União (CGU), do Tesouro Nacional, oficiais da inteligência, servidores das agências reguladoras, funcionários do Banco Central, servidores da Comissão de Valores Mobiliário (CVM), peritos federais agrários e servidores da Superintendência de Seguros Privados (Susep)”, listou Marques.
Para o Fonacate, o contingente é muito amplo porque houve uma adesão maciça ao indicativo de uma mobilização nacional no dia 18. “Os número de servidores aproximados para esse ato público, nós esperamos contar com um contingente de cerca de mil servidores. Porque a gente está tendo um cuidado muito grande para não promover uma grande aglomeração, e também tem o contexto de teletrabalho, da pandemia”, justificou Rudinei.
Ainda de acordo com o Fonacate, os serviços afetados são os relativos às carreiras que aderiram à paralisação. “Eu dou um exemplo da carreira dos auditores fiscais, agropecuários, que tem a ver com toda a cadeia do agronegócio, a fiscalização sanitária. Então, a paralisação deles já causa de imediato um prejuízo nessas áreas de atuação governamental”, explicou o presidente do fórum.
Pauta principal
A principal pauta dos servidores é a reposição salarial. “Uma reposição linear que consiga, pelo menos, arcar com parte do que nós já perdemos com a inflação. Desde a reposição que atingiu a maior parte dos servidores, em 2017, até aqui, nós já perdemos 27% do poder aquisitivo dos salários. Uma manutenção do poder aquisitivo. Não estamos falando de aumento real, mas de reposição das perdas inflacionárias. Isso é o que nós estamos cobrando do governo”, apontou.
Marques explica que, depois desse ato do dia 18, as categorias terão uma sinalização para a semana subsequente dos dias 25 e 26 de janeiro. “Novos atos ainda não estão dados se serão presenciais ou virtuais. Na primeira semana de fevereiro, nós vamos discutir com o conjunto do funcionalismo uma possível greve geral na segunda quinzena de fevereiro. Por enquanto, esse é o calendário das mobilizações do serviço público federal”, anunciou.