Em 2021, o saldo da Poupança registrou o primeiro saldo negativo desde 2016. No ano em que a inflação voltou a bater dois dígitos em 12 meses, os brasileiros retiraram mais recursos do que colocaram. O saldo — diferença entre depósitos e retiradas — foi negativo em R$ 35,5 bilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central na tarde desta quinta-feira (6/1).
Considerando os dados de janeiro a dezembro, o total de depósitos na poupança em 2021 foi de R$ 3,40 trilhões, contra R$ 3,44 trilhões em saques no mesmo período. O resultado vem após uma captação recorde em 2020, quando o saldo foi de R$ 166 bilhões. Em 2019, a diferença entre saques e depósitos havia sido de R$ 13,3 bilhões.
Os dados apontam que a saída líquida de recursos no ano passado é a terceira maior da série histórica do Banco Central, perdendo apenas para 2015 e 2016.
Em 2021, o mês em que os brasileiros mais retiraram recursos da Poupança foi dezembro, quando aproximadamente R$ 318,1 bilhões foram sacados. No mesmo mês, o número de depósitos chegou a R$ 325,8 bilhões. Considerando a diferença entre os depósitos e retiradas, a poupança teve captação líquida de R$ 7,6 bilhões no mês.
Já o mês que mais contribuiu para o saldo negativo no ano foi janeiro, quando as retiradas somaram R$ 263 bilhões e os depósitos ficaram abaixo, com R$ 244,9 bilhões — uma diferença de R$ 18,1 bilhões.
A captação líquida também foi negativa em fevereiro, março, agosto, setembro, outubro e novembro, sendo que neste último, a diferença entre retiradas e depósitos foi a segunda maior de todo o ano, com R$ 12,3 bilhões, sendo R$ 294 bilhões em retiradas e outros R$ 281 bilhões em depósitos.