Brasileiro corta consumo em 2022

Com renda mais baixa e insegurança no emprego, as famílias brasileiras pretendem comprar menos em 2022. É o que revela uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada ontem. Segundo o levantamento, a intenção de consumo das famílias caiu 9,9% em 2021. Com isso, o índice chegou a 71,6 pontos, o menor patamar da série histórica, iniciada em 2010. Em 2020, o indicador já havia registrado queda de 15,9%. Desde 2015, o ICF não alcança o nível de satisfação, que é de 100 pontos.

A pesquisa tem como objetivo antecipar o potencial das vendas do comércio ao captar a avaliação que os consumidores fazem de aspectos importantes da própria vida, como capacidade de consumo atual e de curto prazo, nível de renda doméstico, condições de crédito, e segurança no emprego.

Os brasileiros mais pobres são os que mais cortaram as intenções de consumo. Para as famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos (SM), o indicador atingiu 68,4 pontos no ano passado, bem abaixo dos 100 pontos de equilíbrio. No caso das famílias com renda acima de 10 SM, o índice marcou 86,9 pontos, o que também representa retração, mas em intensidade menor.

Queda na renda e insegurança no emprego são dois dos principais motivos que explicam a queda na intenção de consumo. Segundo o levantamento, 35% dos entrevistados se sentiam seguros no emprego, mas 31,5% afirmaram estar menos seguros do que em 2020. Além disso, a maior parte das famílias (53,3%) mostrou desesperança em relação às perspectivas profissionais. É a primeira vez que tantas pessoas vêem um cenário negativo.

Com relação à renda, 40,6% disseram que ela piorou em relação ao ano anterior. Foi a maior proporção da série histórica.

*Estagiária sob a supervisão

de Odail Figueiredo