O Brasil criou 2,73 milhões de vagas com carteira assinada em 2021, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência, divulgados nesta segunda-feira (31/1). O dado positivo, na avaliação do ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, reflete a recuperação da economia no ano passado.
O ministro admitiu que a vacinação no país, que está próxima de atingir a marca de 150 milhões de pessoas vacinadas, foi “importantíssima” para a retomada da economia e para o aumento de vagas formais no mercado de trabalho.
"O Brasil bateu qualquer país europeu e os Estados Unidos em termos de vacinação, e ela foi importantíssima para a retomada da economia e para a geração de novos empregos de carteira assinada no Brasil", afirmou Lorenzoni, hoje, durante a apresentação dos dados Caged. Ele destacou que o setor de serviços e o de comércio responderam por 1,8 milhão dessas novas vagas.
Conforme a mediana das projeções do mercado contabilizadas pelo boletim Focus, do Banco Central (BC), deverá registrar um crescimento de 4,5%. A previsão do Ministério da Economia estima alta de 5,1% no PIB de 2021.
De acordo com os dados do Caged, após o fechamento de 191.455 vagas em 2020, de acordo com os dados revisados, foram criados 2.730.597 de cargos com carteira assinada em 2021. O dado é resultado de 20.699.802 de admissões e de 17.969.205 de demissões.
Como é comum para os meses de dezembro, segundo os técnicos da pasta, o mercado de trabalho formal registrou um saldo negativo no último mês do ano. O saldo líquido de admissões e demissões ficou no vermelho em 265.811 no mês passado. Em novembro, conforme os dados revisados, foram criadas 300.182 vagas no mercado formal.
O ministro também reconheceu que os programas do governo de manutenção do emprego foram importantes para o saldo positivo de 2021. Praticamente 95% das vagas criadas no ano passado tiveram ajuda do Benefício Emergencial para a Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), que preservou o emprego de 2.593.980 de trabalhadores no ano passado, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Previdência.
No acumulado de 2020 e 2021, o BEm ajudou a preservar 10.555.693 de postos de trabalho, após o desembolso total de R$ 41,15 bilhões com o benefício. Em 2020, os recursos foram destinados para 1,464 milhão e, no ano passado, para 634.525. Os valores pagos em 2021 somaram R$ 6,98 bilhões.
Sudeste em destaque
A região Sudeste foi a que mais registrou empregos novos no mercado de trabalho, respondendo por 1.349.692 de vagas criadas, com 814.035 apenas no estado de São Paulo. Em segundo lugar, Minas Gerais registrou 305.182 empregos formais criados. E, em terceiro, o Rio de Janeiro, com 178.098.
A região Sul contabilizou o segundo maior volume de vagas criadas, de 408.771, seguida pelo Nordeste, com 474.678. O Norte e o Centro-Oeste contabilizaram 154.667 e 263.304 novos postos de trabalho, respectivamente.
O saldo por faixa etária teve os trabalhadores de 18 a 24 anos respondendo pelo maior volume dos empregos formais criados em 2021, de 1.560.253. Enquanto isso, os trabalhadores na faixa de 25 a 29 anos e de 30 a 39 anos, conquistaram 410.125 e 408.819 vagas, respectivamente. Já os trabalhadores acima de 50 anos e os acima de 65 anos tiveram saldo negativo de geração de emprego formal, de -141.759 vagas no total.
Em relação ao grau de instrução, aqueles com ensino médio completo foram os que responderam por pouco mais de 2 milhões dos cargos criados no ano. O salário médio para as admissões de dezembro do ano passado foi de R$ 1.793,34, dado 6,1% abaixo do registrado no mesmo mês de 2020.
Em dezembro, de acordo com os dados do Caged, dentre os cinco grandes grupos de atividades econômicas, apenas o comércio teve saldo positivo, de 9.103 postos criados. Os demais tiveram saldo negativo: Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-26.073 postos); Construção (-52.033 postos); Indústria geral (-92.047 postos), com destaque para a Indústria de Transformação (-88.296 postos); e Serviços(-104.670 postos) — distribuído, principalmente, nas atividades de administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-84.383 postos).
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