Em abertura da paralisação realizada nesta quinta-feira (27/1) pelos servidores públicos para conquistar o reajuste salarial, o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, afirmou que esta "será a campanha salarial mais difícil dos últimos 30 anos".
No início de sua fala, ele destacou que a campanha salarial começou bem e que o ato do dia 18 foi forte o suficiente para o governo ir a público, ao final do dia, a fim de minimizar as manifestações.
Rudinei alertou, contudo, que será a campanha salarial mais difícil dos últimos 30 anos, o que exigirá avaliações precisas dos dirigentes sindicais, em função da conjuntura adversa que o país atravessa. Em especial, pontuou, em decorrência da “pandemia e o fato de os servidores públicos da saúde estarem à frente do combate à crise sanitária. Ou seja, na prática, não poderiam fazer greve”.
Ele lembrou que os servidores das instituições federais de ensino “estão às voltas com calendários escolares díspares, o que significa que uma greve poderá implicar perda do semestre para os estudantes”. “E os servidores da assistência social nunca foram tão demandados, com 20 milhões de brasileiros passando fome, logo também não podem parar”, completou.
Representando o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), David Lobão apresentou um histórico do movimento: o ato do dia 18, o ofício enviado ao Ministério da Economia pelo Fonacate e Fonasefe, requerendo reposição de 19%, os pedidos de reunião com Poder Executivo e Legislativo, o próximo ato público de 2 de fevereiro, e o indicativo de greve geral no dia 9 de março.
Na sequência, o consultor do Senado, Luiz Alberto dos Santos, abordou questões fiscais, orçamentárias e legais referentes a uma eventual recomposição salarial, sobretudo em função do período eleitoral, que somente permite a recomposição da inflação do próprio ano da eleição nos seis meses que a antecedem.
O auditor federal de Finanças e Controle Bráulio Cerqueira, presidente do Unacon Sindical, mestre em Economia, mostrou que falta apenas vontade política para a recomposição das perdas inflacionárias, pois recursos existem. “Para tanto é necessário aumentar a pressão do funcionalismo”, disse.
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