Nesta terça-feira (25/1), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aprovou a abertura do processo de acessão à entidade, no qual o Brasil está concorrendo e já se preparava extraoficialmente. Em coletiva, realizada nesta terça, o ministro da Economia, Paulo Guedes, celebrou o reconhecimento.
"Estamos há mais de 30 anos tentando esse acesso e apenas neste governo fizemos um terço do que temos, sabendo-se que há dois estamos em pandemia. Mais de um terço dos requisitos legais [exigidos pela OCDE] foram atendidos por este governo", disse a autoridade.
A abertura indica que os candidatos poderão começar oficialmente o processo de adesão - que costuma demorar de três a quatro anos. Há a expectativa, no entanto, de que os trâmites para o Brasil sejam mais avançados, já que o país tem 103 dos 215 instrumentos solicitados, apenas 37 deles foram obtidos no governo Bolsonaro.
A negociação para a entrada brasileira na entidade começou em 2017, no governo de Michel Temer. Guedes entrou na negociação, segundo ele, com o novo secretário-geral da OCDE, Matheus Cormann. Ele citou uma reunião com a autoridade em Washington e comentou que o último dos encontros foi em Roma, durante a reunião do G20, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nas ocasiões, o ministro teria falado sobre a importância do Brasil para a OCDE, principalmente em relação à questão ambiental, e que gostaria de ver o reconhecimento da entidade em forma de adesão do Brasil. "Disse que sabia que éramos importantes, mas que queríamos esse reconhecimento", contou.
Em uma pequena menção ao Mercosul, bloco econômico ao qual o Brasil faz parte desde 1991, Guedes comentou que está "arrefecendo" e "descendo". O ministro valorizou o fato de o país ser membro de três grupos - G20, BRICS e agora o ODCE -, sem citar o grupo que reúne os países da América do Sul.
"[O Brasil] É o único. Somos um País multicultural, com a maior democracia do Ocidente, que está entre as 10 maiores economias de mercado, maior potência verde do mundo e também uma potência digital. O processo de acesso à OCDE é o reconhecimento de que somos um grande país. Nos faltava essa dimensão”, ressaltou.
O Brasil ainda terá que se adequar aos padrões internacionais indicados pela OCDE. A aprovação do Projeto de Lei Cambial, no fim do ano passado, é o início do caminho para o país avançar no processo, que já ficou paralisado por um embate entre os Estados Unidos e a União Europeia - era exigido pela UE que a cada novo membro do globo na organização, um país do continente também deveria ingressar.
Na era Trump, a preferência dos Estados Unidos, o qual tem uma grande influência no grupo, era pela Argentina. Porém, com a ascensão de um governo mais à esquerda, os EUA passaram a apoiar o Brasil.
A OCDE não é reconhecida por ações financeiras, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). A entidade é uma referência para padrões internacionais, principalmente nas áreas de economia e educação.
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