O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (20/1) que a inflação no Brasil é impactada pela recente alta nos preços de petróleo e por questões climáticas, com fortes chuvas em regiões do Brasil e seca em outras áreas. A afirmação foi realizada em participação na Conferência Anual Latino-Americana do Santander.
Campos Neto disse ainda que esses fatores já provocaram um pequeno crescimento das expectativas de mercado para a inflação e serão levados em consideração nas análises do Banco Central. Ele apontou que o Brasil enfrenta um momento de inflação alta associada a uma inflação importada, fator relacionado ao patamar de preços no exterior e taxa de câmbio.
“No curto e mesmo no médio prazo, o Brasil não tem mostrado capacidade de crescimento sustentável, e isso impacta as previsões para o fiscal. Com juros maiores e crescimento menor, a trajetória da dívida tende a ir para outro nível. O debate passa por qual taxa de crescimento o Brasil pode ou deveria ter, e as reformas necessárias para se obter isso", pontuou no evento.
Agenda de inovação
O presidente do BC destacou também que a instituição vai atualizar a agenda de inovação, pensando nos próximos anos e em mais funcionalidades que possam ser integradas ao Pix (sistema de pagamento instantâneo). Segundo ele, a autarquia estuda como essas inovações podem ser integradas à moeda digital em estudo pela instituição.
"A agenda de inovação é contínua, pensando nas novas gerações e no que a intermediação financeira pode ser no futuro", afirmou Campos Neto, citando inclusive o metaverso — que pretende ser uma ponte entre mundos digitais e o mundo real por meio de realidade virtual (RV) e realidade aumentada (RA).
"Finalmente aprovamos novo marco cambial, vamos trabalhar agora na regulação […]. Buscamos o Ministério do Meio Ambiente para anunciar novidades na agenda de sustentabilidade. Temas como taxonomia e mercado de carbono são importantes", completou.
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