O número de brasileiros que estaria isento do pagamento do Imposto de Renda (IR) quase triplicaria caso a tabela fosse corrigida pela inflação acumulada desde 1996. Assim, a faixa de isenção subiria para aqueles que recebem menos de R$ 4.465,35. É o que conclui o levantamento da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco).
A entidade estimou também a defasagem do IR apenas ao longo da gestão do presidente Jair Bolsonaro. Se o chefe do Executivo quisesse “zerar” a defasagem em relação à inflação contabilizada somente em seu governo, a tabela deveria ser reajustada em 24,49% — valor da inflação acumulada entre 2018 e 2021 calculada pela Unafisco. Se fizesse tal correção, a faixa isenta passaria dos atuais R$ 1,9 mil para R$ 2.370,31, o que atingiria 12.857.310 de contribuintes em 2022 e reduziria a arrecadação em R$ 48,1 bilhões.
Segundo Mauro Silva, presidente da Unafisco, esse dinheiro deveria estar nas mãos das famílias da classe média para estimular o consumo e ajudar na retomada econômica pós-pandemia, e não desviado para financiar outros programas menos distributivistas.
O estudo aponta ainda que, com a inflação galopante sem controle, o atual governo terminará o mandato sendo responsável por uma defasagem ainda maior ao final de 2022. Segundo o estudo, 15,299 milhões de contribuintes a mais deveriam estar isentos, dos quais 4,65 milhões entram na conta do atual governo.
Atualmente, só paga imposto de renda no país quem ganha mais de R$ 1.903,98 mensais, menos que dois salários mínimos. No total, 8,2 milhões de pessoas não pagam imposto, pois têm rendimentos abaixo desse valor, não sofrendo com a correção há anos.
Esse número saltaria para 23.506.672 de brasileiros, caso a faixa de isenção fosse ajustada, nos cálculos da Unafisco.
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